Tudo indica que a relação entre equipes de Fórmula 1 e torcedores não termina mais quando a bandeira quadriculada desce. Além de redes sociais, conteúdos de bastidor e programas de fidelidade, agora existe um novo elemento nesse pacote digital, os fan tokens. E um dos exemplos mais interessantes do grid é o Alfa Romeo Token, ativo ligado ao time que hoje corre sob a bandeira da Sauber.
Na prática, esse token é um ativo digital emitido em parceria com a Chiliz e a plataforma Socios.com, que permite ao torcedor ter um “pedaço” de influência em decisões da equipe, participar de enquetes exclusivas e concorrer a experiências que vão muito além da arquibancada. Um desses ativos é o Alfa Romeo Token, negociado em diferentes plataformas cripto, com utilidades voltadas para o engajamento do fã.
Mas o que exatamente é esse fan token, como ele funciona e o que muda para o torcedor brasileiro que acompanha a F1 de perto, seja pela TV, pelo streaming ou madrugando no fuso europeu
Como nasceu o Alfa Romeo Token na F1
A Aston Martin e a Alfa Romeo foram as primeiras equipes da Fórmula 1 a lançar fan tokens em parceria com a Chiliz, empresa dona da plataforma Socios.com e especializada em blockchain para esporte e entretenimento.
O token da Alfa Romeo, listado com o ticker SAUBER, foi anunciado em 2021 como parte de uma estratégia para abrir um novo canal digital de relacionamento com os fãs. A ideia, segundo os comunicados da época, era simples
usar a tecnologia blockchain para registrar de forma transparente a posse dos tokens
permitir a participação dos torcedores em decisões simbólicas da equipe
oferecer recompensas e experiências únicas por meio do app da Socios.com.
De lá para cá, o token passou a integrar campanhas pontuais, enquetes e ações promocionais ligadas à presença da equipe na categoria.
O que é o Alfa Romeo Token, em linguagem simples
O Alfa Romeo Token é um fan token oficial, um criptoativo construído sobre a infraestrutura da Chiliz, que serve como “chave de acesso” para:
votar em enquetes relacionadas à equipe
desbloquear recompensas e experiências
participar de dinâmicas gamificadas dentro do app da Socios.com
Alguns pontos importantes
ele não é uma ação da equipe
não concede participação em lucros, nem poder de decisão esportiva
é um token de utilidade, focado em engajamento e benefícios ao torcedor
Em resumo, trata se de um ativo digital colecionável, programado para dar direito a determinadas interações e vantagens, sempre dentro das regras definidas pela plataforma e pela equipe.
Como o fan token funciona na prática
Porta de entrada, a Socios.com
Quase tudo acontece por meio da Socios.com, aplicativo oficial de fan engagement da Chiliz. É ali que o torcedor consegue
conectar sua carteira com o token
votar em enquetes criadas em parceria com a equipe
participar de quizzes, desafios e check ins em dias de corrida
acumular pontos de fidelidade e trocar por prêmios
O app lê o saldo do torcedor diretamente na blockchain da Chiliz e, a partir disso, libera ou não o acesso a determinadas funções.
Votações e decisões simbólicas
Um dos pilares do modelo é a possibilidade de votar em decisões simbólicas, por exemplo
escolha de mensagens exibidas em ativações digitais
detalhes visuais de campanhas de marketing ligadas à equipe
enquetes sobre temas de interação com os fãs
Não se trata de decidir quem será o piloto reserva ou que acerto o carro vai usar no treino livre, e sim de influenciar questões de relacionamento e identidade da equipe.
Recompensas e experiências exclusivas
Dependendo da campanha, o fã que acumula pontos e interage com frequência pode concorrer a:
visitas a instalações da equipe ou experiências em autódromos
encontros com representantes ou pilotos em eventos selecionados
itens oficiais autografados
colecionáveis digitais limitados
Essas experiências variam conforme a temporada, o calendário da F1 e as ações de marketing em vigor.
Como o torcedor consegue Alfa Romeo Token
O caminho mais comum é por meio de plataformas cripto que listam o token SAUBER ou diretamente em ambientes ligados ao ecossistema Chiliz. Em linhas gerais, o processo envolve
Criar conta em uma exchange ou plataforma compatível.
Comprar uma criptomoeda de base, muitas vezes CHZ, o token da Chiliz.
Converter esse saldo em Alfa Romeo Token.
Transferir os tokens para uma carteira que possa ser conectada à Socios.com, se o objetivo for usar para engajamento.
Vale lembrar que cada plataforma tem suas próprias taxas, limites e exigências de verificação de identidade. Ler os termos de uso é tão importante quanto acompanhar a cotação.
Volatilidade, preço e especulação
Assim como outros fan tokens, o Alfa Romeo Token é negociado em diferentes exchanges, com preço em tempo real e variações diárias. Sites como CoinGecko, CoinMarketCap, Binance e Kraken mostram cotações que, nas últimas semanas, giram em torno de alguns centavos de dólar, com oscilações de dois dígitos em períodos curtos.
Isso quer dizer que
o token pode se valorizar em momentos de alta demanda, anúncios ou hype em torno da equipe
também pode cair rapidamente em períodos de menor interesse ou correções do mercado cripto
quem compra com foco apenas em preço assume um risco alto, semelhante a outros ativos digitais de pequena capitalização
Por isso, a própria Socios.com destaca em seus avisos que o valor dos tokens pode variar bastante, que não há garantia de liquidez contínua e que o produto deve ser encarado como uma forma de engajamento, nunca como investimento seguro.
O que o torcedor realmente ganha com o fan token
Para o fã brasileiro de F1, acostumado a acordar cedo para assistir corrida na Europa, o Alfa Romeo Token adiciona mais uma camada à experiência.
Alguns benefícios práticos
Participação ativa em enquetes oficiais da equipe, visíveis para toda a comunidade de fãs.
Chance de experiências únicas, como ingressos, visitas e produtos exclusivos.
Gamificação, com quizzes, missões e desafios ligados a fins de semana de corrida.
Identidade digital, registrando em blockchain o histórico de interação com a equipe.
Claro, nada disso substitui o prazer de acompanhar a F1, torcer e discutir estratégia, mas para quem gosta de tecnologia e cripto, o token vira mais um elemento do ritual de acompanhar o campeonato.
Riscos e pontos de atenção para o torcedor
Não confundir fan token com ação
Mesmo usando termos como “participação” e “influência”, o fan token não torna ninguém sócio da equipe, não dá direito a dividendos e não garante qualquer tipo de retorno financeiro.
O risco está justamente em enxergar o token como “investimento” e se expor mais do que o orçamento permite.
Exposição ao mercado cripto
Quem compra Alfa Romeo Token entra, de alguma forma, no mundo das criptomoedas. Isso significa lidar com
volatilidade intensa
necessidade de cuidar de carteiras e senhas
eventuais mudanças regulatórias em seu país
Se a ideia é apenas participar de algumas votações e experiências, faz sentido começar com valores modestos, compatíveis com um hobby, e nunca com dinheiro que fará falta no orçamento do mês.
Reguladores de olho
Órgãos reguladores de diferentes países passaram a olhar com mais atenção para fan tokens e patrocínios cripto no esporte, pedindo mais transparência em campanhas de marketing e alertas claros sobre riscos. Isso pode afetar a forma como esses produtos são apresentados ao público, mas, no fim, tende a proteger o torcedor menos experiente.
Fan tokens e o futuro da F1
O Alfa Romeo Token faz parte de uma tendência maior, que inclui outros times da F1, ligas esportivas e até plataformas concorrentes, como a parceria da Alpine com a Binance para o lançamento do token ALPINE.
No médio prazo, é provável que vejamos
mais equipes testando modelos de engajamento baseados em blockchain
integração de fan tokens com programas de fidelidade e ticketing
surgimento de jogos, colecionáveis e experiências imersivas ligadas às equipes
A dúvida é se esses produtos serão vistos pelos fãs como algo realmente útil e divertido ou apenas como mais uma camada de especulação num mercado já bastante volátil. O equilíbrio entre oferecer valor real e evitar exageros financeiros será decisivo.
Perguntas frequentes sobre fan tokens na F1
Fan token é a mesma coisa que criptomoeda comum
Não exatamente. Fan token é um tipo de criptoativo, mas com foco em utilidade ligada a esporte e entretenimento. Ele vive em uma blockchain como qualquer outra criptomoeda, porém sua proposta central é dar acesso a enquetes, recompensas e experiências, e não funcionar como meio de pagamento generalizado.
Preciso entender muito de cripto para ter fan token
Ajuda, mas não é obrigatório. Plataformas voltadas ao torcedor costumam simplificar bastante o processo de compra e uso. Ainda assim, é importante ter no mínimo noção de como proteger sua conta, habilitar autenticação em dois fatores e nunca expor senhas ou códigos de recuperação.
É possível perder dinheiro com fan tokens
Sim. Como qualquer ativo negociado em mercado aberto, o preço do fan token pode cair, às vezes de forma brusca. Se você compra em um momento de alta e vende em baixa, terá prejuízo. Por isso, é fundamental investir apenas o que está disposto a perder, encarando o token como gasto de entretenimento, não como poupança.
O fan token substitui o programa de sócio torcedor
Não. Programas tradicionais continuam tratando de prioridade em ingressos, descontos e benefícios mais clássicos. O fan token entra como camada digital extra, focada em enquetes, gamificação e recompensas ligadas à experiência online. Em muitos casos, as duas coisas podem coexistir e até se complementar.
Torcedores de fora da Europa também conseguem usar
Sim. Uma das vantagens do modelo é justamente permitir engajamento global. Um torcedor no Brasil pode participar de votações e campanhas da mesma forma que um fã que mora perto da base da equipe. A única diferença é que algumas experiências físicas, como visitas e hospitality, dependem de deslocamento e logística.
No fim das contas, o Alfa Romeo Token é mais um capítulo da aproximação entre F1 e mundo cripto. Para alguns, será apenas um detalhe nas notícias de negócios da categoria. Para outros, principalmente quem gosta de tecnologia e colecionáveis digitais, pode se tornar parte do ritual de acompanhar cada treino livre, classificação e corrida, muito depois que os motores são desligados.
