O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, abordou novamente a questão das ordens de equipe na Fórmula 1, afirmando que essa questão tem de ser regulamentada para o futuro. Ainda de acordo com o francês, a situação que a Ferrari proporcionou no GP da Alemanha, quando incitou Felipe Massa a deixar Fernando Alonso passar, foi uma “provocação” aos regulamentos da FIA.
“As ordens de equipe são proibidas desde 2002, mas já me interroguei muitas vezes: desde então quantas vezes já foram dadas ordens de equipe em versão suave? A diferença é que aquela da Ferrari foi tudo menos ‘soft’. Foi uma provocação contra os regulamentos”, disse Todt em entrevista ao ‘La Stampa’, deixando a certeza de que as ordens de equipe serão “regulamentadas”.
“A Fórmula 1 é um esporte de equipe e cada uma deverá assumir a responsabilidade dos seus próprios comportamentos. Não serão toleradas mentiras ou mensagens em código do gênero daquelas para ‘poupar combustível’.
Mas Todt foi, também, inquirido em relação ao caso que deu origem à proibição das ordens de equipe: a ordem que obrigou Rubens Barrichello a ceder a primeira posição a Michael Schumacher no GP da Áustria de 2002, que culminou num dos episódios menos elegantes da história da categoria. Se, por um lado, mostra arrependimento pela forma como a situação se desenrolou, também não esconde alguma incompreensão pela atitude do piloto brasileiro, a qual acabou por empolar o caso ainda mais.
“Nunca deveria ter tido de dizer nada ao Rubens. Tínhamos acordado antes da corrida: ‘se estivesses à frente depois da parada nos boxes, tens de deixar o Schumacher passar sem muito alarde. Ele concordou. Além disso, um piloto é pago para aceitar certas decisões. Ao invés, ele continuava na frente. Falei com ele 50 vezes e repeti-o claramente. Ele apenas deixou o Michael passar na última curva, o público assobiou, Schumi deu-lhe o lugar mais alto do pódio e a Ferrari foi multada por infringir o protocolo: 500 mil dólares”, lembrou, antes de confessar o seu arrependimento pela decisão tomada.
“Estou arrependido, porque agora sei que tudo poderia ter sido evitado: o Schumacher teria ganho o campeonato de qualquer forma. No entanto, estaria mais arrependido se tivesse perdido o título por alguns pontos”, confessou.