>>A Ferrari provou mais uma vez ser maior do que a Fórmula 1. Desrespeitou às regras, escapou de uma punição merecida e ainda colocará na mesa uma reavaliação do artigo ligado ao jogo de equipe.
Por Giovanni Romão
Colaborou: Victor D. Berto
O mundo do automobilismo virou suas atenções para as mesas da lei. Assim como os últimos acontecimentos que envolveram o Conselho Mundial de Esportes da Federação Internacional de Automobilismo, as expectativas não foram correspondidas aos fatos. Nesta quarta-feira, dia 8 de agosto, em Paris, na França, os membros do conselho decidiram não aplicar nenhuma punição à Ferrari pela troca de posições entre Fernando Alonso e Felipe Massa no GP da Alemanha deste ano.
A decisão do conselho foi adiantada pelo presidente da Federação Italiana de Automobilismo, Angelo Sticchi Damiani, logo após deixar a Place de la Concorde – local do julgamento.
Após o final do GP da Alemanha, os comissários da prova aplicaram uma multa de US$ 100 mil ao time italiano – punição máxima. O caso foi então encaminhado ao conselho, com base no artigo 39,1 do regulamento da FIA, que diz: “ordens de equipes que interferem no resultado de uma corrida são proibidas.”
Para se defender das acusações, a Ferrari utilizou a argumentação de que a troca de posições aconteceu com o consentimento de Felipe Massa. O brasileiro participou do julgamento direto de Maranello, na Itália, através de teleconferência.
Na 47ª volta do GP da Alemanha, Massa recebeu ordens para deixar Fernando Alonso passar. Via rádio, o engenheiro do brasileiro, Rob Smedley, disse de forma pausada, mandando um recado claro: “Fernando está mais rápido que você. Você confirma que ouviu a mensagem?”. Na volta seguinte, Massa entregou a posição.
Com a decisão do Conselho, Alonso segue na quinta colocação do mundial de pilotos, com 141 pontos somados e Massa permanece em sexto, com 109. No campeonato de construtores, a Ferrari é a terceira colocada com 250 pontos.
A punição saiu barata comparada com 2002. Naquele ano, a Ferrari ordenou a troca de posições entre Rubens Barrichello e Michael Schumacher, no GP da Áustria, e foi punida em US$ 1 milhão. O caso deu origem ao artigo que proíbe – ou deveria proibir – o jogo de equipe.
