Gerente de Projeto e Desenvolvimento do Carro da Toyota, Keizo Takahashi começou a trabalhar na empresa há mais de duas décadas atrás, em 1980, quando era responsável pelo trabalho de desenvolvimento na linha de produção de motores para carro da companhia. A ida para a divisão de esportes a motor veio em 1997, quando ele desenvolveu o motor turbo para o programa de automobilismo da Toyota nos EUA.
1. Você poderia nos explicar brevemente qual o seu papel na equipe Panasonic Toyota Racing?
Minha função como Gerente de Projeto e Desenvolvimento do Carro na Toyota significa que sou responsável pelo desenvolvimento do carro numa abordagem gerencial, ao passo de que o Gustav Brunner está a cargo das questões técnicas relacionadas ao nosso departamento de chassi.
Minha função como Gerente de Projeto e Gerente de Projeto e Desenvolvimento do Carro da Toyota, Keizo Takahashi começou a trabalhar na empresa há mais de duas décadas atrás, em 1980, quando era responsável pelo trabalho de desenvolvimento na linha de produção de motores para carro da companhia. A ida para a divisão de esportes a motor veio em 1997, quando ele desenvolveu o motor turbo para o programa de automobilismo da Toyota nos EUA.
2. Qual a sua opinião a respeito da temporada da Panasonic Toyota Racing até agora?
Estou mais do que satisfeito com o desempenho em nossa segunda temporada na Fómula 1. O objetivo deste ano era conseguir lugares entre os dez primeiros no grid e marcar pontos. Nas 13 corridas até o GP da Hungria, vimos um TF103 na metade de cima do grid em 11 ocasiões, e conseguimos 14 pontos. Temos que continuar a planejar à frente para continuarmos progredindo nos anos por vir. Vimos muitas evolução esse ano, em termos de desempenho tanto do carro quanto de equipe, portanto temos que nos esforçar para continuar nesse ritmo nas corridas finais desse ano e, é claro, para 2004.
3. Como você avalia o trabalho do Olivier e do Cristiano nessa temporada?
Estou muito satisfeito com a performance do Olivier e do Cristiano nesta temporada. Ambos desenvolveram uma relação aberta e muito produtiva, o que é muito positivo para a equipe e ambos tem um bom feedback técnico e velocidade. Acredito que eles se complementam muito bem e ajudaram a desenvolver o carro e a equipe até o nível em que estamos hoje.
4. Em quais áreas você concentra o desenvolvimento?
O desenvolvimento de um carro de F1 é um processo contínuo, e tentamos sempre melhorar em todas as áreas, mas – sem dúvida – a mais importante nos dias atuais é a aerodinâmica. No momento estamos usando nosso túnel de vento na nossa fábrica em Cologne por quase 18 horas por dia, e temos obtido muitos bons resultados nesta temporada. Dito isso, este ano é o primeiro ano completo de operação do túnel de vento, por isso veremos os benefícios disso mas claramente no TF104 – nosso carro para o ano que vem.
5. A Toyota está atualmente a apenas um ponto do 5º lugar no mundial de construtores. Você acha que isso seria um feito maravilhoso no seu segundo ano?
Penso que eu estaria bem feliz com a 5ª posição no campeonato, mas continuamos focados nos nossos objetivos do início do ano, classificar entre os dez primeiro e colocar um carro na zona de pontos. Nos esforçaremos para conseguir a melhor posição possível no campeonato de construtores. Temos que continuar melhorando nossa performance mais e mais. Hoje em dia não é fácil chegar ao nível das equipes grandes da Fórmula 1, mas esse é nosso objetivo a longo prazo.
6. Você pode competir bastante bem no meio do grid. Qual seria a diferença básica entre a Toyota e as ditas “4 grandes” (Ferrari, McLaren, Williams e Renault)?
A maior diferença, na minha opinião, é que nós estamos desenvolvendo tanto o chassi quanto o motor. Inicialmente, é um desafio maior e leva tempo para chegar ao nível das equipes já estabelecidas. Dito isso, acredito que isso será um benefício a longo prazo. Acho que o mais importante é ter harmonia entre o chassi e o motor – e para calouros neste esporte, isto é a coisa mais difícil de conseguir.
7. Como está indo o trabalho com o TF104?
Nós já começamos o desenvolvimento do próximo carro da Toyota, o TF104. Assim como o TF103 deste ano, o maior passo a ser dado será no aspecto aerodnâmico, mas também teremos progresso em cada área do carro – motor, chassi e caixa de marchas. Isto é o que teremos que fazer se queremos melhorar nosso desempenho geral ano que vem.
8. Algumas equipes de ponta correm com seus carros velhos no início da temporada por questões de confiabilidade, e trazem seu novo modelo mais tarde. O que você acha dessa abordagem?
De fato, corremos com uma versão intermediária do novo carro durante os testes de inverno, e depois queríamos ter o carro novo pronto o mais cedo possível, para que pudéssemos conseguir confiabilidade antes do início da temporada. Na minha opinião, é mais difícil manter dois programas paralelos com carros diferentes, e podemos conseguir benefícios testando várias coisas, para melhorar tanto a confiabilidade quanto a performance, exatamente como fizemos com o TF103 – as evoluções no carro deste ano foram claramente demonstradas na segunda metade da temporada, particularmente em Hockenheim.
9. Qual a sua opinião sobre o novo regulamento da F1? Ele melhorou o espetáculo?
Penso que o o novo regulamento é bom, especialmente para os fãs e espectadores. O campeonato está bem apertado com apenas dois pontos separando os três primeiros colocados – a competição está muito aberta e este ano gerou bastante interesse. Esta temporada está muito competitiva e isso é muito bom para o esporte.
10. A nova agenda do fim de semana – com apenas uma hora de treinos livres da manhã de sexta – gerou mais pressão para a Toyota como um time jovem?
Até certo ponto sim, as novas regras dificultaram nossa adaptação como equipe jovem da F1. O tempo de acerto ficou muito reduzindo com a hora de treinos livres de manhã de sexta, antes da pré-classificação. Na verdade, sofremos um pouco no início da temporada, mas por outro lado tentamos várias coisas para otimizar o acerto e no momento estamos chegando a um bom nível na manhã de sexta. Considerando que não chegamos nem perto do nível de experiência de corrida das outras equipes, isso é bastante impressionante.