Fórmula 2 não aceita sugestão de Drugovich com relação aos campeões da categoria

A Fórmula 2 tem uma regra, na qual uma vez que um piloto conquiste o título na categoria, ele não é elegível para correr novamente na série em temporadas futuras. O objetivo é garantir que a categoria permaneça nova e dinâmica, incentivando novos talentos a serem desenvolvidos, sem se ‘estabelecerem’ no topo.

O objetivo é que os campeões possam ir direto para a Fórmula 1, como aconteceu em 2017 com Charles Leclerc e na temporada seguinte com George Russell, conseguindo vagas na Sauber e Williams, respectivamente.

Mas nos últimos anos isso se tornou mais difícil de ser feito. O campeão daF2 em 2019, Nyck de Vries, acabou de fazer seu primeiro GP na F1, na semana passada em Monza como substituto de Alex Albon que ficou doente, tendo anteriormente corrido na Fórmula E, onde foi campeão.

Mick Schumacher conseguiu conquistar o título em 2020 na F2 e em seguida garantir uma vaga na Haas, mas impulsionado pelo sobrenome e pela Ferrari. Já o campeão do ano passado, Oscar Piastri, teve que ficar um ano como piloto reserva na Alpine, antes de finalmente conquistar uma vaga na McLaren para 2023 .

Agora, o campeão deste ano, Felipe Drugovich, se encontra em uma situação parecida com a de Piastri, pois apesar de ter sido contratado pela Aston Martin como piloto reserva e de desenvolvimento para 2023, uma vaga como titular é improvável a curto e médio prazo.

Frustrado com a situação, Drugovich disse esta semana, que os campeões da F2 que não tiverem a chance de subir para a F1 no ano seguinte, deveriam poder continuar correndo na Fórmula 2.

“Na minha opinião, ou você é campeão e não pode ficar mais e precisa ser promovido para a F1, ou então pode continuar na F2”, disse ele. “É como funciona na Moto 2 e na Moto 3.”

“Acho que, antes de tudo, o que precisa mudar é que quem vencer o campeonato da Fórmula 2, precisa entrar na F1”, afirmou ele.

Mas o CEO da F2, Bruno Michel, é contra a mudança das regras, e disse que os campeões da F2 devem seguir em frente e sair da categoria assim que conquistarem o título.

“Eu acho que é uma pirâmide e você tem que ter um sistema onde em algum momento tem que estar para cima ou para fora”, disse ele. “Eu não gostaria que a F2 ou a F3 se tornassem campeonatos profissionais.”

“Se você fizer isso, é exatamente esse que vai ser o problema. Você terá caras ficando para sempre no mesmo campeonato, tendo uma grande vantagem porque eles têm uma experiência enorme sobre os jovens pilotos que estão chegando.”

“Não só não seria bom para suas carreiras, mas também não seria bom para a próxima geração de jovens pilotos, porque eles provavelmente não brilhariam. Eles lutariam contra pessoas que honestamente provavelmente não são melhores que eles, mas que têm muito mais experiência, conhecem as pistas, conhecem o carro, conhecem as equipes, sabem o que fazer”, disse ele.

“Então, para mim, absolutamente não. Sempre fui muito, muito insistente com isso. Fizemos isso desde o início da GP2 e da GP3, o vencedor não pode ficar e acho que é um ponto muito importante para continuar”, acrescentou.

Drugovich garantiu o título deste ano com a MP Motorsport em Monza, depois de abrir uma vantagem de 77 pontos sobre o rival da equipe ART, Théo Pourchaire, com apenas duas corridas restantes em Yas Marina em novembro.

O brasileiro de 22 anos conquistou cinco vitórias nesta temporada, mas apesar do excelente desempenho e ótimos resultados, que culminaram na conquista do título, Drugovich ainda não teve nenhuma oportunidade de pilotar um carro de Fórmula 1, ao contrário de outros pilotos da F2, que apesar de terem menos resultados positivos, são de alguma forma, ligados a academia de pilotos de alguma equipe da F1, e já participaram, ou estão programados para participar de um TL1.



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