A Fórmula E começou a temporada 2022 com duas boas corridas na Arábia Saudita. Entretanto, o que chamou realmente a atenção no final de semana foram as decisões atrapalhadas durante um período de safety-car na corrida 2.
Na prova do sábado do ePrix de Diriyah, Alexander Sims teve um problema com sua Mahindra e precisou parar no meio do traçado. Primeiro a bandeira amarela foi agitada antes de a direção de prova acionar o safety-car.
A partir de então, uma sucessão de cenas quase inacreditáveis foram vistas. A primeira foi a de um guindaste no meio do traçado para retirar o carro do piloto inglês, o suspendendo e deixando na altura da cabeça dos competidores.
Depois, o carro de segurança, por motivos óbvios, desacelerou ao passar ao lado do maquinário. Acontece que a decisão veio em uma curva cega, causou engarrafamento e uma sequência de toques e batidas entre os pilotos na pista.
Para encerrar, o safety-car ficou no traçado até os últimos instantes, não permitindo quase uma relargada. Os pilotos tiveram apenas os últimos metros da pista para cruzarem a linha de chegada e receberem a bandeira quadriculada.
Uma série de competidores criticou as decisões da direção de prova. Um deles foi o bicampeão Jean-Éric Vergne, que escreveu em suas redes sociais “ainda chocado com o final da corrida. Um guindaste na pista, o safety-car parando em uma curva cega, nenhuma informação. Parece que não aprendem com os erros do passado.”
Robin Frinjs também seguiu o discurso do francês, falou que a comunicação não foi boa, já que o carro de segurança parou de repente na pista sem qualquer aviso e que toda a situação foi um tanto perigosa.
A questão que fica dessa situação é por que não foi acionada uma bandeira vermelha? Scot Elkins, diretor de prova, afirmou que todos os procedimentos de segurança foram seguidos, que o guindaste só poderia sair do traçado alguns metros mais para frente e que tudo demorou mais do que deveria.
Então, por que colocar os pilotos em risco? O carro de Sims ficou balançando na linha da cabeça dos pilotos, alinhado com o halo dos carros. Infelizmente, memórias como o acidente de Jules Bianchi no GP do Japão da F1 em 2014 acabam vindas à mente. Situações evitáveis e com atitudes totalmente questionáveis.
Ainda, impossível também não pensar no final da temporada 2021 da F1 em Abu Dhabi. Toda a polêmica com o safety-car, alguns pilotos liberados para ultrapassar e a retomada da corrida teria sido facilmente resolvida com uma bandeira vermelha.
Por que ainda é tão difícil interromper uma corrida? Se a situação na Arábia Saudita da FE estava tomando mais tempo do que o esperado, então, por que não parar a corrida? Assim, os pilotos ainda teriam tempo de uma relargada e não estariam tão expostos a uma situação tão perigosa.
A Fórmula E começou bem sua temporada, dois vencedores diferentes em duas corridas, Venturi liderando o campeonato. Entretanto, por uma série de decisões ruins, a abertura do campeonato ficou marcada pelos motivos errados.
Still shocked to see how the end of the race was handled. A Crain on track, a safety car stopping right before it in a blind corner resulting in cars piling up, no informations given to us… seems like people don’t learn from past mistakes pic.twitter.com/QtMlkEomDZ
— Jean-Eric Vergne (@JeanEricVergne) January 30, 2022
