O mundo do esporte a motor viu dois acidentes que poderiam ter resultado em mortes nesse domingo. Roy Nissany, na Fórmula 2, e GuanYu Zhou, na Fórmula 1, só se safaram sem maiores problemas graças ao Halo, dispositivo de segurança dos cockpits construído em titânio que, desde que foi adotado, vem evitando que tragédias aconteçam nas principais categorias do planeta.
Os dois acidentes tiveram dinâmicas distintas. Nissany não deu espaço para Dennis Hauger em um lance na segunda corrida da Fórmula 2. O norueguês, sem controle do carro, passou por uma “salsicha” e decolou, acertando o carro do israelense, que não foi atingido na cabeça única e exclusivamente por conta do Halo.
Na Fórmula 1, o acidente se deu na largada. George Russell tocou o carro de Pierre Gasly, que atingiu a Alfa Romeo de Zhou. O carro do chinês decolou, aterrissando de cabeça para baixo, raspando por diversos metros até atingir a caixa de brita e levantar voo, parando apenas na grade de segurança da arquibancada. Novamente, o Halo salvou o piloto.
Adotado na Fórmula 1 em 2018, muitos criticaram o dispositivo por conta de sua aparência, que lembra uma tira de chinelo de dedo. Porém, logo que passou a ser usada, a peça evitou o pior em diversos acidentes. F1Mania.net mostra alguns exemplos de acidentes que poderiam ter tido consequências graves não fosse o Halo ter funcionado.

GP da Arábia Saudita de 2022
Durante a segunda rodada da classificação para a corrida em Jedá, neste ano, Mick Schumacher perdeu o controle de sua Haas e bateu com violência contra o muro. Uma das rodas se soltou e só não atingiu o alemão graças ao Halo, que funcionou ao absorver o impacto. Apesar disso, o piloto não disputou aquela corrida.

GP do Bahrein de 2020
O acidente mais forte da história recente da Fórmula 1 não terminou em morte por conta do Halo. Romain Grosjean bateu contra um guard-rail na largada do GP do Bahrein de 2020, em Sakhir, e viu o Halo empurrar a barreira de ferro para longe, absorvendo o impacto. Mesmo com o carro se dividindo em dois e em chamas, o francês, hoje na Indy, saiu do veículo sem maiores problemas.

GP da Emilia Romagna de 2021
George Russell, então na Williams, e Valtteri Bottas, na Mercedes, bateram quando o inglês tentou a ultrapassagem. No lance, o pneu dianteiro esquerdo da Williams atingiu a lateral direita do cockpit do carro do finlandês, que nada sofreu por conta do Halo, que mais uma vez fez o seu trabalho, evitando um choque na cabeça de Bottas, neste caso.

GP da Bélgica de 2018
O primeiro acidente na Fórmula 1 em que o Halo se mostrou decisivo para a segurança dos pilotos ocorreu em Spa-Francorchamps. Na largada do GP da Bélgica, Nico Hülkenberg, piloto da Renault, atingiu a McLaren de Fernando Alonso, que decolou sobre a Sauber de Charles Leclerc. O dispositivo de segurança fez com que o carro do espanhol “surfasse” sobre o carro do monegasco, sem atingi-lo.

GP da Toscana de 2020
A primeira corrida da Fórmula 1 no circuito de Mugello foi marcada por um forte acidente em uma relargada. Carlos Sainz, então na McLaren, acertou a traseira da Alfa Romeo de Antonio Giovinazzi, entrando por baixo do carro do rival. O Halo, neste caso, evitou que uma das rodas do equipamento do italiano atingisse a cabeça do espanhol.

GP do Canadá de 2019
Em um lance que mostrou que o Halo também pode evitar acidentes com detritos menores, Romain Grosjean viu detritos da asa dianteira da Toro Rosso de Alexander Albon, tocado por Kimi Räikkönen, da Alfa Romeo, acertarem o dispositivo de segurança, evitando um choque com sua cabeça. Um pedaço ficou no vão do Halo, e o francês o tirou com a mão.
