A Red Bull reencontrou sua melhor forma na reta final da temporada 2025 da Fórmula 1. Com atualizações consistentes no RB21 ao longo das últimas corridas, a equipe austríaca voltou a brigar na frente e reacendeu as esperanças de Max Verstappen na luta pelo campeonato. O holandês venceu duas das últimas quatro provas e subiu ao pódio em todas elas, reduzindo parte da desvantagem para Oscar Piastri na tabela de pilotos.
Segundo o engenheiro-chefe Paul Monaghan, a chave para o crescimento recente foi entender melhor o comportamento completo do carro. “O carro está melhor”, afirmou. “Agora a pergunta é: conseguimos desafiar a ordem estabelecida nos circuitos de alta pressão aerodinâmica? Vamos tentar e ver como nos saímos. Deve estar um pouco melhor. A questão é: quanto?”
A Red Bull vem apresentando atualizações graduais desde o meio da temporada, mexendo em componentes cruciais como o assoalho, a cobertura do motor e a asa dianteira. Em Singapura, o time introduziu uma evolução no desenho da asa dianteira, aumentando o ângulo de algumas seções para gerar mais carga aerodinâmica sem comprometer a estabilidade do fluxo de ar.
A mudança se provou eficiente em um circuito que historicamente não favorece a equipe. Verstappen largou na primeira fila e terminou em segundo, atrás apenas de George Russell, da Mercedes. A consistência também tem sido um fator importante: depois de um início irregular, o time vem consolidando uma base mais sólida de acertos e desempenho.
“Nas últimas três corridas, foi realmente muito bom”, disse Verstappen. “Até então, estávamos sempre jogando com o acerto de um lado para o outro porque simplesmente não funcionava. Agora, nas últimas provas, tem sido consistente. Estamos apenas refinando, e é isso que você quer ao longo do fim de semana. O carro está mais estável e isso muda tudo.”
Monaghan explicou que a decisão de continuar desenvolvendo o RB21, mesmo com o novo regulamento da F1 chegando em 2026, se deve ao fato de que ainda havia espaço técnico e operacional para evoluir. “Esperamos extrair um pouco mais de tempo de volta”, afirmou. “Foi uma revisão sutil. Havia uma pequena capacidade disponível, então seguimos em frente e trouxemos isso. Deve ser a última grande atualização do ano, talvez só algum ajuste de flap para Las Vegas.”
O engenheiro também destacou que as atualizações recentes não resultaram em ganhos explosivos, mas somam melhorias pequenas e constantes. “Entregamos basicamente o que esperávamos. Não houve nada que nos surpreendesse demais. O que estamos dominando é o comportamento completo do carro. Foram várias pequenas mudanças, não apenas uma, e conseguimos um pouco mais de ritmo. Em uma volta isolada, pode parecer pouco, mas curva a curva, faz diferença”, explicou.
Para Laurent Mekies, chefe da Red Bull, continuar desenvolvendo o carro em um estágio avançado da temporada é estratégico para validar métodos e ferramentas que serão usados no projeto de 2026. “É importante que entendamos se o projeto ainda tem mais desempenho”, disse. “Mesmo que as regras mudem no ano que vem, usamos as mesmas ferramentas e metodologias. Validar isso agora nos dá confiança para o inverno.”
Mekies admitiu que essa escolha pode ter algum custo no início do próximo ciclo, mas considera o investimento justificado. “Claro que tem um custo para o projeto de 2026, sem dúvida. Mas sentimos que é o equilíbrio certo para nós”, afirmou.
Com seis etapas restantes, Verstappen ainda tem uma desvantagem de 63 pontos para Oscar Piastri. A tarefa de buscar o penta consecutivo é difícil, mas não impossível. Com um RB21 mais forte e consistente, o holandês acredita que pode aproveitar cada oportunidade para diminuir a diferença. “Vamos lutar até o fim”, garantiu.
A Fórmula 1 volta no próximo fim de semana com o GP dos Estados Unidos, no Circuito das Américas, em Austin. A Red Bull chega embalada — e Verstappen, mais motivado do que nunca.
