Felipe Massa voltou a falar sobre sua batalha judicial em torno do escândalo conhecido como “Crashgate”, ocorrido no GP de Cingapura de 2008. Em entrevista ao podcast brasileiro Na Ponta dos Dedos, o ex-piloto da Ferrari confirmou que as audiências decisivas já têm data marcada: quatro dias de sessões em Londres, no final de outubro.
O brasileiro destacou a seriedade do processo, que busca revisar os acontecimentos que marcaram a Fórmula 1 há 17 anos. “Obviamente, é um esforço intenso de toda a equipe de advogados envolvida neste processo. Existe muito trabalho por trás dessa audiência. É muito importante, como uma explicação ao juiz, mostrar que tudo o que aconteceu não faz parte do esporte”, declarou.
Massa foi além ao classificar o caso como uma “conspiração” que prejudicou não apenas sua carreira, mas também o automobilismo brasileiro. “Isso não é aceitável no esporte, e infelizmente meu país e eu pagamos o preço maior. Nunca imaginei passar por algo assim. Não é fácil, é muito difícil, mas a justiça precisa ser feita, e temos que lutar por isso”, afirmou o ex-piloto de 44 anos.

A ação de Massa não se limita ao aspecto esportivo. Para ele, trata-se de um compromisso moral que deve servir de exemplo para futuras gerações. “Não só por mim, mas como um exemplo para o futuro, para que as pessoas saibam que é possível lutar pelo que é justo, pelo que é certo”, explicou.
O brasileiro também lembrou declarações de Bernie Ecclestone, ex-chefe da Fórmula 1, que afirmou que o GP de Cingapura de 2008 deveria ter sido cancelado e que o título de Lewis Hamilton não deveria ter sido homologado. Massa reforçou ainda sua convicção de que Nelson Piquet Jr informou a FIA sobre o esquema ainda em Interlagos, no mesmo ano.
“Nelson Piquet (pai) é tricampeão mundial. Ele sabe o que um título significa para ele e para o seu país, para o desenvolvimento do automobilismo no seu país, e eles desapareceram. Se eu fosse ele, abraçaria a causa e me juntaria à luta de outro piloto, do mesmo país, que sofreu uma situação tão triste e inaceitável”, disse Massa, em tom de cobrança.
O ex-piloto relacionou o caso ao declínio de representantes brasileiros na Fórmula 1 nos últimos anos. “Depois disso, só eu continuei correndo até 2011, e depois tivemos apenas alguns pilotos. Isso mostra o que o título representaria e como o desenvolvimento do automobilismo depende dos resultados conquistados pelos pilotos do país”, concluiu.
A expectativa é que as audiências de outubro sejam determinantes para definir os rumos do processo e, possivelmente, reabrir um dos capítulos mais polêmicos da história da Fórmula 1.
