A FIA e a Pirelli reforçaram um alerta decisivo para o GP do Catar de Fórmula 1 no próximo final de semana: qualquer piloto que ultrapassar 25 voltas com um mesmo jogo de pneus poderá sofrer uma penalidade severa, inclusive desclassificação.
Essa medida foi adotada após análises que mostraram níveis extremos de desgaste no circuito de Lusail. No ano passado, longas sequências de voltas revelaram que os compostos chegavam ao limite estrutural.
Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli, descreveu o cenário crítico: “Alguns chegaram muito perto, sem borracha nenhuma. A construção estava exposta. A estrutura resiste, mas quando você começa a rodar sobre ela, o desgaste aumenta rapidamente. Não é algo projetado para rodar diretamente no asfalto. Quando isso acontece, existe um elemento de risco”, afirmou.
Segundo Isola, ocorreram discussões sobre possíveis alterações no traçado, mas a solução foi descartada por questões logísticas: “Acredito que seja bastante complicado. O circuito recebe várias categorias, inclusive motos, e cada uma exige curvas e medidas de segurança específicas”, disse ele.

Com o traçado inalterado em relação ao ano anterior, a Pirelli propôs limitar a quilometragem dos pneus, e nenhuma equipe se opôs.
Dessa forma, caso um piloto ultrapasse o máximo de 25 voltas em um mesmo jogo de pneus, a infração será reportada aos comissários: “Acredito que sim, porque essa limitação está em nosso pré-evento”, disse Isola ao ser questionado sobre a possibilidade de desclassificação.
Ele explicou que, apesar de não se tratar de uma irregularidade técnica, a violação será enquadrada no Artigo 30.5(a) do Regulamento Esportivo, que obriga o uso dos pneus conforme as prescrições da FIA e da fornecedora.
Sem precedentes para esse tipo de infração, caberá aos comissários definir a penalidade caso alguma equipe ignore a nova regra.
