O ex-piloto e campeão na Fórmula 1 em 1996, Damon Hill, demonstrou surpresa e preocupação com as declarações públicas de John Elkann, presidente da Ferrari, que atacou abertamente Lewis Hamilton e Charles Leclerc, após o frustrante resultado da Scuderia no GP de São Paulo. Ambos os pilotos da Ferrari tiveram um fim de semana difícil, com Leclerc sofrendo danos no carro devido a um incidente envolvendo Oscar Piastri e Kimi Antonelli, enquanto Hamilton foi afetado por danos no assoalho do carro, com os dois abandonando a corrida.
Após o ‘fiasco’ em Interlagos, Elkann fez críticas contundentes aos pilotos, dizendo que ambos deveriam ‘falar menos e focarem mais em pilotar’. Esses comentários geraram ampla repercussão negativa, com muitos considerando as palavras do presidente como desnecessárias e destrutivas.
Em entrevista ao Mirror Sport, Hill afirmou que as críticas públicas de Elkann foram desmoralizantes para os pilotos: “Fiquei surpreso com o que ouvi, e acho que muitas pessoas também ficaram. Não vi nada de tão absurdo vindo dos pilotos, talvez eu tenha perdido algumas declarações, mas não entendi o que aconteceu”, afirmou Hill. “Os pilotos fazem parte da equipe, e é natural que sejam críticos em momentos difíceis. Eles não vão dizer que tudo está maravilhoso quando claramente não está”.

Hill também destacou que, embora os pilotos sejam frequentemente o foco das críticas públicas, há muitos fatores dentro de uma organização como a Ferrari que influenciam o desempenho: “É uma organização de F1, com muitas partes móveis, e a Ferrari não se cobriu de glória este ano”, disse o ex-piloto, ressaltando que comentários públicos desse tipo podem ser desmoralizantes para os envolvidos.
Além disso, Hill observou que os pilotos da Ferrari, como Leclerc e Hamilton, não são os primeiros a sofrer críticas públicas de membros da alta cúpula da equipe. Nomes como Alain Prost, Nigel Mansell e Sebastian Vettel, também enfrentaram repreensões públicas durante suas passagens pela Ferrari, uma marca conhecida por sua forte cultura interna e pela alta pressão que exerce sobre seus pilotos.
Por fim, Hill comentou sobre a relação peculiar entre pilotos e a Ferrari, sugerindo que as declarações de Elkann evidenciam a visão de que os pilotos são vistos como peças temporárias dentro de uma organização que é ‘eternamente’ Ferrari: “O chefe da Ferrari os paga, e eles estão lá para fazer o trabalho deles. Essa é a relação”, concluiu Hill, sublinhando que, no final das contas, o time permanece e o piloto é apenas um participante temporário nessa jornada.
