F1: Ex-engenheiro de Schumacher critica Elkann e diz que falta visão de F1 na Ferrari

A Fórmula 1 voltou a ter a Ferrari no centro de uma forte polêmica fora das pistas após duras críticas direcionadas ao presidente da marca, John Elkann. Luigi Mazzola, ex-engenheiro de Michael Schumacher nos anos mais vitoriosos da equipe italiana, não poupou palavras ao comentar a postura do dirigente após um fim de semana desastroso no GP de São Paulo, marcado por um duplo abandono dos carros vermelhos.

Em entrevista ao NewsF1, Mazzola classificou como desnecessárias e politicamente equivocadas as declarações públicas de Elkann, que havia sugerido que os pilotos deveriam “falar menos e focar mais em pilotar”. Para o ex-engenheiro, esse tipo de posicionamento deveria ficar restrito ao ambiente interno da equipe. “Roupa suja se lava em casa, isso é óbvio. Quando você diz algo assim publicamente, politicamente falando, está atacando alguém. Normalmente, quando se faz isso, é porque se quer preparar o terreno para algo que vem depois”, afirmou.

Mazzola foi ainda mais contundente ao questionar a autoridade de Elkann para fazer esse tipo de comentário no contexto da Fórmula 1. Segundo ele, o dirigente perdeu uma oportunidade importante de valorizar os resultados da Ferrari em outra categoria do automobilismo. “Elkann tem mais ou menos a mesma experiência em Fórmula 1 que eu tenho em economia, basicamente nenhuma. Ele fez esse comentário em um momento em que poderia ter capitalizado muito ao celebrar o sucesso no WEC, onde a Ferrari venceu o campeonato de pilotos e de construtores. Por que falar de Fórmula 1 nesse momento?”, questionou.

Lewis Hamilton (GBR) Ferrari SF-25.
Foto: XPB Images

O ex-engenheiro também sugeriu que as palavras atribuídas a Elkann podem nem ter sido totalmente espontâneas. Para Mazzola, é comum que figuras desse nível recebam orientações sobre o que dizer publicamente, o que nem sempre ajuda o ambiente interno da equipe. Ainda assim, ele minimizou o impacto real das declarações, ao afirmar que Elkann não exerce a mesma influência que dirigentes históricos como Luca di Montezemolo exerceram no passado.

As críticas à Ferrari não pararam por aí. Arturo Merzario, ex-piloto da equipe italiana, também entrou no debate ao avaliar a trajetória de Charles Leclerc. De forma direta, ele afirmou que o monegasco ocupou uma vaga na Ferrari em um momento no qual, segundo sua visão, ainda não havia demonstrado merecimento suficiente. “Leclerc é um piloto muito bom, como muitos outros, mas não é especial”, disse Merzario, reforçando que o status do piloto dentro da equipe sempre foi maior do que os resultados efetivamente entregues.

O conjunto dessas declarações expõe um clima de questionamentos profundos em torno da gestão esportiva da Ferrari na Fórmula 1, evidenciando que os problemas da equipe vão além do desempenho em pista e passam também por decisões estratégicas e de comunicação em um momento decisivo de transição para 2026.



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