Uma prova final de temporada eletrizante fez todo mundo começar suas apostas antes mesmo de começar a corrida, quando uma pancada de chuva no grid forçou a largada a ser atrasada, enquanto os carros colocavam pneus para pista molhada. Ambos os pilotos da Honda fizeram então boas largadas e conseguiram se livrar do acidente da primeira curva, no qual David Coulthard terminou seu último GP no muro e trouxe à pista o carro de segurança.
A corrida reiniciou no começo da 5ª volta, com Rubens Barrichello em 11º e Jenson Button em 14º. Rubens perdeu uma posição para Nick Heidfeld na volta 6 e, na volta seguinte, Jenson foi um dos primeiros pilotos a parar e trocar para pneus de pista seca. Rubens trocou para pneus de pista seca na volta 9 e os pilotos da Honda se mantiveram no meio do pelotão no trecho intermediário da prova.
Na volta 33 Jenson fez seu segundo pitstop, retornando à prova em 15º lugar. Rubens fez sua segunda parada na volta 40, voltando à pista imediatamente à frente de Jenson. Eles trocaram de posição na curva 1 na volta 43, e mantiveram-se um atrás do outro até que Jenson fez sua terceira parada, na volta 56.
Rubens fez aquela que deveria ser sua última parada na volta 64, exatamente quando a chuva voltava a cair, e Jenson seguiu-o uma volta mais tarde, sendo que em ambos os carros foram colocados pneus para pista extremamente molhada. A apenas quatro voltas do final Rubens foi forçado a um novo pitstop, já que as condições da pista, inadequada para os mesmos, causaram o superaquecimento dos pneus, tornando este um dia cheio para a equipe do box, que realizou oito pitstops perfeitos.
“Eu fiz uma boa largada, ganhando três posições nas primeiras curvas”, contou Jenson, “mas a partir daí sofremos ficando presos atrás de tráfego. Decidimos por uma estratégia incomum, fazendo um pitstop cedo e mudando para o que teria sido uma estratégia de três paradas, para evitar a situação de tráfego. Quando eu efetivamente tive pista limpa o desempenho do carro não estava realmente ruim, mas infelizmente a estratégia não funcionou muito para nós. Então precisamos parar novamente, para colocar pneus para pista molhada, no final de corrida de qualquer forma, e optar pelos pneus para pista extremamente molhada não compensou para nós.”
“Foi uma corrida maluca, com a meteorologia tendo um grande papel no resultado hoje”, disse o piloto local Rubens. “Na verdade, foi uma prova bastante competitiva para nós no contexto do desempenho do carro, e eu estava andando perto do décimo lugar antes da parada final. Quando a chuva começou, bem no final da corrida, fizemos uma aposta colocando pneus para pista extremamente molhada, pensando que isso poderia compensar se a chuva fosse realmente forte. Isso não funcionou para nós e perdi algumas posições quando fui forçado a parar novamente, apenas três voltas depois, porque os pneus superaqueceram totalmente.”
“A súbita pancada de chuva logo antes da largada marcou o tom de uma corrida que seria sempre muito emocionante aqui”, comentou Ross Brawn. “Colocamos os pneus intermediários, que era a opção correta quando a prova começou, depois da largada ter sido atrasada. Quando as condições melhoraram, nossos carros estiveram entre os primeiros que pararam para colocar pneus de pista seca e ambos os pilotos ganharam posições com isso. Nas voltas seguintes, os carros estavam andando juntos e sendo retidos por tráfego, por isso decidimos antecipar a parada do Jenson e dividir o resto da corrida, deixando o Rubens correndo conforme o plano inicial. No final, à medida que a prova continuava, essa estratégia favoreceu o Rubens.
“Com a nova chuva no final da corrida, trouxemos ambos os carros e colocamos pneus para pista extremamente molhada. Foi uma aposta arriscada, esperando uma pancada de chuva potencialmente torrencial que, caso tivesse ocorrido, poderia ter nos feito avançar bastante na classificação. Infelizmente, o nível de chuva não ultrapassou os limites dos pneus intermediários pelos quais todo os demais competidores optaram, mas considerando nossa posição no pelotão, era um risco que poderíamos nos dar ao luxo de correr.
“Por fim, gostaria de parabenizar o Lewis Hamilton por vencer o campeonato de pilotos e a Ferrari por conquistar o título de construtores. Foi uma temporada muito empolgante para o esporte e a corrida de hoje foi um final apropriado para um campeonato fantástico, disputado com grande garra.”
O GP do Brasil fecha o livro de um ano difícil para a Honda Racing F1 Team, sendo que o foco da equipe já tem sido há algum tempo voltar à forma em 2009. Este fim de semana fecha uma temporada difícil e frustrante para nossa equipe”, concluiu Jenson, “mas estou orgulhoso da forma como perseveramos e mantivemos nossa motivação até a última corrida.”
“Sempre fizemos tudo para tirar o máximo de desempenho do carro neste ano”, acrescentou Rubens, “e é um crédito para nós que isso tenha resultado em terminar no pódio em Silverstone. Obrigado a todos do time por manter suas cabeças erguidas durante um ano difícil.”
GP de Abu Dhabi