Na terceira colocação, Átila Abreu vê Goiânia decisiva

O piloto da Shell Racing afirma ser um franco atirador na briga pelo título da Stock Car

Por Carolina Alberti

A duas etapas do fim da temporada, a briga pelo título da Stock Car segue aberta para o piloto da Shell Racing, Átila Abreu. Atualmente na terceirca colocação, com 223 pontos, o natural de Sorocaba precisa tirar uma diferença de 66 pontos em relação ao atual líder, Daniel Serra. Para colocar a mão em seu primeiro título na categoria, Átila tem duas corridas pela frente, em Goiânia (neste final de semana) e Interlagos, no dia 10 de dezembro.

– A Stock Car é sempre muito equilibrada, sempre muito emocionante. Eu voltei a brigar pelo título, estou no terceiro lugar. Obvio que eu estou um pouquinho afastado dos dois primeiros e a gente tem duas etapas, sendo a última com pontos duplos. Eu preciso diminuir a diferença para o Daniel Serra e o Thiago Camilo, estou 66 pontos atrás. Preciso chegar em Interlagos com 59 para ter chances matemáticas – explicou Átila, que completa:

– A próxima corrida, em Goiânia, para mim, almeijando o título, é fundamental. Através dela que a gente tem que se basear e lutar. Teremos que fazer mais do que fizemos até agora, mas Goiânia é uma pista que eu e o Zonta fizemos uma dobradinha e pode jogar a nosso favor. Vamos trabalhar para conseguir estes resultados.

Com uma missão difícil pela frente, Abreu revela que competir como o ‘azarão’ pode ter um lado bom. Ele ressalta, contudo, que antes de torcer por um tropeço dos adversários, precisa fazer o seu trabalho.

– Eu estou correndo talvez como o azarão, mas o lado positivo é que eu não tenho muito a perder. Eu só tenho a ganhar. O Camilo e o Serra estão muito próximos, então então se encontrando na pista toda hora. Pode ser que, em algum momento as coisas mudem. Eu tenho que fazer o meu trabalho e também torcer para que algo aconteça com eles para que eu me aproxime mais e tenha chances reais. Não é torcer pelo mal de ninguém, a gente tem que primeiro fazer o nosso trabalho para depois torcer por um tropecinho deles para buscar o título.

Tendo passado pela categoria Fórmula, Átila foi mais um dos pilotos que lamentou a aposentadoria de Felipe Massa para principal categoria do automobilismo brasileiro. Além disso, ele vê o ‘hiato’ verde e amarelo na Fórmula-1 como um alerta.

– A gente fica muito triste com a notícia do Massa. A gente não tem alguém na iminência exata de ir para a Fórmula-1. Para o Brasil, depois de quase 50 anos, ficar sem um piloto é muito ruim, mas também mostra um alerta de que talvez a gente pecise fortalecer a nossa base. Você vê países como Alemanha e Inglaterra, que tem o tamanho de um estado nosso e quantos números gera. Eu convivi tanto com o Vettel quanto com o Hamilton, e, para mim, eles foram moldados para ser isso. Ambos, desde pequenos, começaram no kart, tinham o apoio de grandes empresas que estão na F-1 e tiveram toda a estrutura, desde preparo físico, piscicólogo, assessoria de imprensa. Vieram treinando ele para que, quando chegasse na F-1, fosse, não apenas um excelente piloto, mas ser um piloto completo dentro e fora das pistas.

Devido ao GP do Brasil no último final de semana, Átila teve a chance de, em um evento da Shell, rever o amigo de longa data, Sebastian Vettel. Companheiros de equipe na Fórmula-BMW, o brasileiro conta que ele e o alemão aprontaram bastante quando jovens.

– Tem várias histórias. Quando você é garoto, faz muita besteira. A gente aprontou muito, coisa de criança, em trem, hotel, do gerente do hotel vir reclamar da gente, mas acho que é o que toda a criança faz. Tem bons momentos, boas recordações. É difícil dentro do automobilismo, você ter grandes amigos, porque, realmente, ainda quando mais quando era eu e ele disputando o título, o cara é o primeiro que você quer trucidar. Porém, com ele era diferente, porque a gente se dava muito bem fora. Tudo era competição, a gente fazia parte do programa da BMW, depois eu fui para a Mercedes, mas a gente ia para o camp training e se divertia muito, competia para ver quem era melhor na bicicleta, na corrida a pé. E, dentro da pista, disputávamos o título.