Equipe Medley quer colocar seus carros no pódio

Ainda engasgada com a desclassificação dos seus dois carros da tomada de tempos na última etapa do Brasileiro da Stock Car V8, em Londrina (PR), a Equipe Medley Genéricos quer mostrar neste fim-de-semana, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, que tem condições de andar na frente, na principal categoria do automobilismo nacional. Segundo o chefe de equipe Andreas Mattheis, Guto Negrão e Antonio Jorge Neto vão contar com excelentes carros na 6.ª etapa da temporada, neste domingo (13/07).

“Vamos colocar os nossos dois carros no pódio”, garante Andreas, um dos mais experientes e competentes preparadores de carros do automobilismo brasileiro. Segundo ele, o que aconteceu em Londrina serviu para aumentar a motivação de toda a equipe. “Agora vamos trabalhar dobrado para conseguir um bom resultado em Interlagos e provar que temos capacidade e condições de andar sempre na frente. E nada melhor que fazer isso em São Paulo.”

Na pista, a responsabilidade passa para as mãos dos pilotos Guto Negrão e Antonio Jorge Neto, que este ano fez a estréia na Equipe Medley Genéricos. Guto tem total confiança no trabalho do time e está com muita vontade de repetir o desempenho que teve na classificação em Londrina. “Eu quero a pole position de novo e sei que tenho capacidade para isso. É a pole que eu vou buscar no sábado”, promete.

Depois de um início de temporada difícil, Antonio Jorge Neto, mesmo largando das últimas posições em Londrina, terminou a prova na quarta posição, menos de meio segundo atrás de Chico Serra (Texaco), o terceiro na prova. “Sinal de que o nosso carro estava mesmo muito bom. E olha que ainda fui tocado pelo Feldmann. Eu e o Guto tínhamos carros para vencer”, comentou Jorge Neto, que não conseguiu marcar pontos nas três primeiras corridas do ano.

Em Londrina, na classificação, Guto Negrão marcou a pole position, seguido por Antonio Jorge Neto. Mas a vistoria técnica feita pelos comissários da CBA indicou que os carros da Medley (mais Gualter Salles) haviam utilizado gasolina fora do padrão da categoria. O combustível, na verdade, não foi adulterado de propósito. O que aconteceu foi que o tanque de combustível apresentou resquícios da gasolina ‘Premium’, utilizada na etapa anterior. Em Londrina, ficou decidido verbalmente que a gasolina seria a ‘Avigás’. Andreas Mattheis não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a mudança.

O material recolhido na inspeção técnica foi enviado ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a Equipe Medley Genéricos aguarda o resultado do teste. “Agora esperamos que eles divulguem o que realmente tinha dentro do nosso tanque de combustível, que era apenas a mistura dos dois tipos de gasolinas usadas e fornecidas pelo promotor do evento. Sem contar que não fizemos nenhuma adulteração da gasolina e o rendimento do carro não aumentou em nada”, diz Andreas Mattheis.

Com cinco corridas disputadas até agora, Antonio Jorge Neto ocupa a 12.ª posição, com 26 pontos (5.° lugar no Rio de Janeiro e 4.° lugar em Londrina). “A cada corrida que passa estou mais confiante. No início, os resultados não vieram por causa de detalhes. Agora, tenho certeza que a tendência é sempre andar na frente e melhorar cada vez mais minha posição na tabela”, explica o piloto de 39 anos. “Chegamos na metade do campeonato e ainda têm muitos pontos em jogo. E eu vou atrás deles.”

Já Guto Negrão enfrentou o problema inverso. Começou a temporada com um excelente quarto lugar (Curitiba) e depois foi caindo na tabela de classificação. Hoje ocupa o 15.° lugar, com 24 pontos. Não que os resultados foram normais, a verdade é que nas últimas quatro etapas Guto Negrão enfrentou problemas com o seu Stock Car. Em Campo Grande (2.ª), foi com o rádio transmissor e Guto entrou nos boxes para fazer o reabastecimento ao mesmo tempo que Jorge Neto, e teve de dar mais uma volta; em São Paulo (3.ª) foi tocado logo no início da corrida; no Rio (4.ª) três parafusos de uma das rodas quebraram; e em Londrina (5.ª) abandonou com problemas.

“Em todas as corridas eu tenho conseguido, junto com a equipe, acertar muito bem o carro, mas na corrida o trabalho está sendo prejudicado por detalhes. Uma hora é a roda que quebra, na outra é o rádio que não funciona”, conta o piloto de 44 anos, vice-campeão da Stock Car B em 1999. “Capacidade e um carro bom nas mãos eu sei que tenho. Não gosto de colocar a culpa na sorte, mas parece que ela não vem colaborando muito nas últimas corridas. Em São Paulo pretendo acabar de vez com esse jejum de bons resultados”, disse.

Quem não sabe se participa da 6.ª etapa da Stock Car V8 é Xandy Negrão. Na programação do fim-de-semana em São Paulo, o filho Xandinho Negrão vai correr a rodada dupla da Fórmula 3, e o experiente piloto vai decidir se corre conforme for o desempenho do filho, como aconteceu no Rio de Janeiro, em maio, na 4.ª etapa. “Não posso confirmar se vou ou não correr. Já disse que minha prioridade é o Xandinho, então tudo depende das corridas dele,” disse o piloto de 50 anos, que disputa agora o Brasileiro de Endurance, com um Porsche GT3.

Se decidir correr, Xandy Negrão, quatro vezes vice-campeão da Stock Car (1995/96/97/99), será um grande reforço para a Equipe Medley Genéricos. No Rio de Janeiro, na primeira prova da Stock que disputou este ano, Xandy marcou a pole position e só não venceu a corrida porque um vazamento de combustível fez com que abandonasse a duas voltas do final, quando liderava.

“O Xandy tem uma grande experiência no automobilismo. É sempre bom poder contar com ele por perto”, define o irmão Guto Negrão. “Se ele correr, será melhor pra gente”, completa Jorge Neto. Andrea Mattheis vai ainda mais além. “Aí vamos ter de colocar os três carros no pódio em Interlagos.”

Classificação do Brasileiro da Stock Car V8

Os 10 primeiros, após 5 etapas:

1.°) Ingo Hoffmann (SP) – 86 pontos

2.°) David Muffato (PR) – 75

3.°) Chico Serra (SP) – 47

4.°) Carlos Alves (SP) – 43

5.°) Cacá Bueno (RJ) – 42

6.°) André Giaffone (SP) – 32

7.°) Gualter Salles (RJ) – 30

— Duda Pamplona (RJ) – 30

— Sandro Tannuri (RJ) – 30

10.°) Giuliano Losacco (SP) – 28

12.°) Antonio Jorge Neto (SP) – 26

15.°) Guto Negrão (SP) – 24

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