Hoover Orsi e Ayrton Daré são dois novos pilotos que vão disputar o Campeonato Brasileiro de Stock Car V8. Em comum eles têm a empolgação por estarem na principal categoria do automobilismo nacional e o fato de terem guiado monopostos durante a maior parte da carreira. Hoover foi campeão da Fórmula-3 Sul-Americana e também conquistou o título da Fórmula Atlantic nos Estados Unidos. Daré iniciou correndo de jet ski e quando trocou a água pelo asfalto passou pela extinta F-Indy Light e até o ano passado andou na IRL (Indy Racing League) sob o comando do legendário piloto americano A. J. Foyt. Hoover, de 24 anos, e Daré, de 26 anos, demonstram grande empolgação e ansiedade com a abertura da temporada, marcada para dia 28 de março no Autódromo Internacional de Curitiba.
Enquanto Hoover nunca guiou um carro de Turismo numa corrida, Daré tem uma esporádica participação nas 24 Horas de Daytona, uma das mais tradicionais e badaladas provas de longa duração do mundo. No entanto, apesar do quinto lugar na classificação da categoria GTS e o 16º na geral, a experiência não foi das melhores, como ele próprio explica.
“Foi no início do ano passado, quando andei com o Franz Konrad, Jean Francois Yvon e Tony Seiler num Saleen S7R de cerca de 700 cavalos. Mesmo andando na categoria GTS, que são menos potentes do que os Protótipos, fiz a segunda melhor volta da prova. Aí, quando eu estava guiando, vazou combustível, o carro pegou fogo, me queimei nas costas, mas felizmente sem maior gravidade, apesar de o macacão ter ficado todo sujo de sangue”, disse Daré, que vai correr pela Giaffone Motorsports.
Hoover, que estava parado há dois anos, depois da última prova da Stock Car V8 do ano passado deu 30 voltas em Interlagos no carro de Neto de Nigris. Ele sabe que terá grandes dificuldades pela frente, mas mostra determinação.
“Será algo novo na minha carreira. Terei de me adaptar ao novo estilo de pilotagem exigido pelo Stock Car, mas acredito que do meio do ano para a frente, vai dar para andar na frente. O nível dos pilotos da Stock, que já é alto, aumentou mais ainda com a chegada do Vitor Meira e do Daré, entre outros, que têm bom potencial”, disse Orsi, que tem como patrocinadores Mobil/Metagal/Vasp/Reebok Sports Club/Disel.
Para Daré, o fato de a Stock Car não usar a telemetria no acerto dos carros vai ajudá-lo. Apesar de vir da IRL, uma categoria com alta tecnologia, na sua equipe o dono da escuderia, A. J. Foyt preferia o método antigo, de acerto pelo olho e pelo que o piloto sentia do carro.
“Com isso, trabalhei muito no acerto do carro, pois neste último ano nem engenheiro a gente tinha e não usávamos computadores. Para a IRL era algo pré-histórico, mas foi bom, pois aprendi muito e espero aproveitar bem agora no acerto do Stock”, disse Daré que na abertura da temporada, dia 28 em Curitiba, vai usar o carro antigo de André Giaffone.
Orsi também tem noção das dificuldades que terá pela frente numa categoria marcada pelo equilíbrio entre os carros. Neste ano a previsão do grid da Stock Car V8 é de 34 carros em cada uma das 12 provas da temporada.
“Acredito que tem uns 20 pilotos com chances de vitória e se a gente perder dois décimos cai 10 posições no grid. A concorrência está brava e a categoria cresce a cada dia. Esses dois anos que fiquei parado foram os piores da minha vida. Imaginava que tinha aberto as portas com o título da F-Atlantic, mas não nada deu certo”, disse Hoover.
Nokia, líder mundial em comunicação móvel, apresenta a Stock Car Brasil, que tem promoção e organização da Vicar Promoções, com supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo. Os patrocínios são de Chevrolet e Pirelli e co-patrocínios de Texaco, Repsol e Medley.
