Durante sua carreira na Fórmula 1, Antonio Giovinazzi nunca conseguiu corresponder plenamente às altas expectativas que foram depositadas nele. Depois de um período instável com a equipe Alfa Romeo, uma mudança para a Ferrari, para a qual o italiano foi piloto de testes e reserva por muitos anos, não estava nas cartas. Com a vitória nas 24 Horas de Le Mans no último final de semana, Giovinazzi finalmente conquistou um lugar na história da Ferrari.
Aconteça o que acontecer no resto de sua carreira, para sempre Giovinazzi é um vencedor das 24 Horas de Le Mans, além disso, em uma Ferrari, e com certeza isso é uma grande honra para um piloto italiano.
“Quando você é criança e é um piloto de Kart, tem algumas corridas que você assiste o tempo todo”, disse Giovinazzi à imprensa em Le Mans, pouco menos de meia hora depois de conquistar o troféu mais importante de sua carreira. “São as 24 Horas de Le Mans, Indianápolis, e para mim, a F1 em Monza, portanto, era um dos meus sonhos. Hoje o sonho se tornou realidade.”
Giovinazzi não foi exatamente um sucesso na Fórmula 1. O italiano ficava feliz ao marcar pontos, e nunca chegou perto de um pódio. Sua temporada na Fórmula E, para onde se transferiu após deixar a Alfa Romeo e a F1, foi um fracasso, com resultados muito fracos. Pilotar o hipercarro no Campeonato Mundial de Endurance (WEC), foi uma grande oportunidade para reviver sua carreira, assim como poderia facilmente ter sido uma última chance de sucesso com uma equipe relevante.
“Não subo ao pódio desde Spa em 2016, na então GP2 (atual Fórmula 2). Não venço uma corrida desde 2016. Então voltar ao pódio, principalmente aqui em Le Mans, foi ótimo. Confesso que chorei, porque na minha vida fiz muitos sacrifícios. Depois de tantos anos cheios de decepções, mas no final sempre acreditei no meu talento. O que a Ferrari fez aqui hoje… No ano passado, em julho, colocamos este carro na pista pela primeira vez, agora vencemos Le Mans, então, como equipe, devemos estar orgulhosos”, disse Giovinazzi.
A corrida foi como o esperado para Giovinazzi. Quase não houve contratempos técnicos, embora por duas vezes a Ferrari só tenha saído do lugar com muita dificuldade após um pit stop. O piloto italiano agora olha para trás com um sorriso: “Eu quase tive um ataque cardíaco, faltavam 30 minutos e tivemos um problema. Foi quando Ale (Pier Guidi) estava no carro, e o carro não ligou no box, mas eu tinha certeza de que ele iria conseguir reiniciar o carro, e conseguiu.”
Exatamente 100 anos após as primeiras 24 Horas de Le Mans, a Ferrari venceu com uma equipe de fábrica, estando ausente por meio século da lendária corrida. “Acho que vencer Le Mans é sempre especial, mas vencer com a Ferrari no hipercarro e na categoria principal, é algo especial. Claro que também é uma corrida especial, um evento especial. São 100 anos, então é tudo especial e estou muito orgulhoso de estar aqui e falando com você como um campeão de Le Mans”, finalizou Giovinazzi.