Saiba como Ayrton Senna ganhou uma McLaren após uma vitória na F1

Imagine ganhar em uma aposta um carro de Fórmula 1. Foi o que aconteceu com Ayrton Senna em 1990, após a disputa do Grande Prêmio da Itália, uma das mais tradicionais etapas da maior categoria do esporte a motor mundial. Mas como isso aconteceu? F1MANIA.NET te responde na celebração dos 30 anos do legado do tricampeão mundial.

Na temporada de 1990, Senna batalhava pelo título ponto a ponto com Alain Prost, que trocara a McLaren pela Ferrari naquele ano. Os dois protagonizaram os dois campeonatos anteriores, quando foram companheiros de equipe. O brasileiro triunfou em 1988, enquanto o francês saiu campeão no ano seguinte. Ayrton chegou a Monza, onde nunca vencera, 13 pontos à frente do “professor”.

Embora a McLaren tivesse um carro mais equilibrado, a Ferrari possuía um motor mais potente, o que representava grande vantagem em um circuito como o de Monza, com retas longas e curvas rápidas. Senna, porém, confiava na vitória, e apostou com Ron Dennis, chefe da equipe, que, se vencesse, ganharia a McLaren MP4/5B que pilotaria naquele dia. O inglês topou a aposta.

No primeiro duelo do final de semana, Senna levou a melhor e ficou com a pole position ao marcar 1min22s533, marca 0s402 melhor que a de Prost, que completou a primeira fila sendo apenas 0s001 mais rápido que Gerhard Berger, companheiro de equipe do brasileiro. O top-5 do grid ainda contou com Nigel Mansell, com a outra Ferrari, e Jean Alesi, com uma Tyrrell.

Na corrida, Senna não deu chances. Manteve a liderança na largada, enquanto Prost perdeu posições, mas se recuperou para terminar em segundo. O pódio foi completado por Berger. Senna abriu mais três pontos no campeonato e chegou aos 16 de frente em relação ao francês da Ferrari. O brasileiro selaria a conquista do bicampeonato três corridas depois, no Japão.

Mas, e o carro? Ron Dennis cumpriu a aposta e deu a Senna a McLaren MP4/5B usada naquela corrida. Anos mais tarde, membros da McLaren visitaram o escritório de Senna Brands e descobriram que o carro era o “chassi 6”, que também foi pilotado pelo brasileiro nas vitórias obtidas no Canadá (Montreal), Alemanha (Hockenheim) e Bélgica (Spa-Francorchamps).

A única mudança feita pela McLaren foi a troca do motor Honda usado naquela corrida por um outro, zero quilômetro. O carro jamais foi pilotado e está no acervo de Senna Brands, localizado em São Paulo (SP).