Paixão, competitividade e dinheiro: pilotos escolhem os EUA para seguir carreira

A F1 ainda é apontada como um dos principais sonhos dos pilotos quando começam no mundo do automobilismo. Entretanto, cada vez mais os competidores têm buscado outras opções não apenas no quesito financeiro, mas por também existirem categorias tão competitivas quanto, e os Estados Unidos tem atraído cada vez mais atenção, inclusive de brasileiros.

Esse é o exemplo de dois brasileiros. Miguel Paludo, competidor já bastante estabelecido no esporte, optou pelo continente norte-americano para trilhar seu caminho profissional, escolhendo a Nascar como categoria. E obteve grande sucesso em todos os anos em que disputou, marcando até mesmo o retorno em 2021.

Já Kiko Porto ainda dá seus primeiros passos no esporte a motor. O pernambucano também rumou para os Estados Unidos para construir a carreira, estando em seu segundo ano na USF 2000, categoria do Road to Indy, e sustentando a vice-liderança do campeonato.

Paludo, ao explicar o motivo de ter escolhido o país ao invés de ir para a Europa, pontuou com exclusividade ao F1Mania.net que “sempre fui muito fã dos Estados Unidos. Desde pequeno sempre viajava para os Estados Unidos, até os meus 18, 20 anos, nunca tinha ido para a Europa, todos as minhas viagens haviam sido para os Estados Unidos.”

Paixão, competitividade e dinheiro: pilotos escolhem os EUA para seguir carreira
Kiko Porto no pódio em Indianápolis – Foto: Gavin Baker/RF1

“Então, sempre fui muito fã, adoro o estilo de vida americano e a Nascar é uma das coisas que me fascinam. O nível de competitividade, as coisas que mantêm do passado, os pit-stops, etc, tem sido um ciclo completo poder voltar a competir lá depois de oito anos”, continuou o competidor.

Paludo disputou a K&N Pro Series em 2010, onde teve quarta colocação como melhor resultado, a Truck Series de forma regular entre 2011 e 2013, onde teve 22 top-10 e teve uma segunda colocação como melhor posição, além de ter feito provas esporádicas na Xfinity Series, três delas em 2021, tendo um sétimo como melhor chegada.

Já Porto viu nos EUA uma oportunidade de ser competitivo e profissional sem precisar bancar muito dinheiro como na Europa. “Os Estados Unidos veio quando a gente viu que a Europa se tornou algo muito mais do que lugares de bons pilotos, mas sim um lugar de muito dinheiro e muita política”, falou ao F1Mania.net.

“Não é assim que desejo o automobilismo no mundo e a partir disso, fui para os Estados Unidos. Além de ser um lugar um pouco mais barato que daria um pouco mais de ferramentas para continuar no caminho. Essas foram as principais coisas que fizeram mudar o meu rumo”, seguiu.

“O automobilismo americano é realmente uma paixão que eu tive. Não achava que era tão lindo e fanático dessa forma e que com certeza prefiro ao automobilismo europeu. O automobilismo americano, além de ser sempre um lugar muito competitivo, é um lugar de muita festividade onde todo mundo, além de competir, vive com muita paixão e dá gosto de ver”, continuou porto.

Porto seguiu afirmando o quanto o automobilismo norte-americano tem crescido nos últimos tempos – como a ida de Romain Grosjean para a Indy, por exemplo. “Os Estados Unidos tem ganhado bastante força”, pontuou.

“Não só pelo automobilismo forte que tem mostrado, mas pela grande valorização em comparação a Europa dos pilotos. Lógico que ainda tem o dinheiro em tudo o que fazemos, mas os EUA consegue oferecer para nós mais reconhecimento aos pilotos”, concluiu o competidor ao F1Mania.net.

Porto fez sua estreia nos EUA na Fórmula 4 Americana, onde terminou como vice-campeão com oito pódios e três vitórias. Atualmente, está no segundo ano da USF 2000, categoria que já subiu seis vezes ao pódio, duas delas com triunfos.