Por Américo Teixeira Jr.
O piloto brasiliense Luiz Felipe de Oliveira Nasr, de 17 anos, conquistou neste sábado, em Monza (ITA), o título europeu da Fórmula BMW. Filho de Samir e sobrinho de Amir, o jovem competidor da família Nasr assegurou sua conquista ao chegar em 2º lugar na 15ª e penúltima etapa do certame, que foi encerrado na manhã deste domingo com novo triunfo do campeão, que conquistou a quinta vitória do ano. Ao volante do carro da equipe Eurointernational, sediada na Itália e chefiada por Antonio Ferrari, Luiz Felipe foi ao pódio, para receber seu troféu das mãos de Mario Theissen, já com 362 pontos acumulados. Tal resultado já não permitia que o ex-kartista fosse alcançado por seus mais diretos adversários. Já a sua equipe, líder entre as agremiações esportivas, foi se preparar para a prova de domingo também contabilizando expressiva vantagem, com 308 pontos. No cômputo geral da competição de monopostos da montadora alemã, piloto e equipe puderam comemorar o título sob o calor da torcida italiana.
Acompanhado de perto pelo tio Amir Nasr, ex-piloto e chefe de equipe vitorioso na equipe que leva seu nome e dirigida juntamente com Samir Nasr, Luiz Felipe venceu o campeonato de forma efetiva, contando apenas com seus resultados e não sendo beneficiado por um escândalo de fraude que marcou a temporada. O brasileiro assumiu a ponta do campeonato já na rodada de abertura, realizada em Barcelona, na Espanha. Registrou uma vitória e um 2º lugar, mesmo conjunto de resultado acumulado pelo dinamarquês Michael Christensen, da Mucke Motorsport.
Em Zandvoort, famoso autódromo holandês que recebeu a Fórmula 1 nos anos 70, Luiz Felipe ampliou a liderança ao vencer a segunda prova no ano e garantiu um 2º lugar na outra corrida. Já em Silverstone, na Inglaterra, a jornada foi marcada por muito trabalho na pista e decepção fora dela. Mesmo tendo conquistado a pole position, o piloto precisou amargar a 23ª posição no grid (três outros pilotos, sem volta cronometrada, largaram dos boxes, perfazendo um total de 26 carros) nas duas provas em razão de uma punição por motivos técnicos. Verificou-se, após a vistoria, que o sistema de marcha-à-ré estava em desacordo com o regulamento. Na prática, um mecânico montou uma peça de forma errada e isso somente prejudicaria a performance de seu carro. Como se não bastasse, cravaram-lhe a punição. Mas a contrariedade não foi o bastante para retirá-lo da zona de pontuação, posto que alcançou o 8º lugar na duas provas. Com tudo isso, Luiz Felipe ainda se manteve como líder, acumulando 130 pontos, contra 129 de Christensen.
Em Nurburgring, ninguém montou nada errado no carro do brasileiro e ele voltou a registrar uma vitória e um 2º lugar, pódios que resultaram em uma vantagem de três pontos sobre o colega da região nórdica. Na etapa seguinte, na quente Budapeste, a capital húngara foi palco de duas vitórias de Christensen, secundado pelo garoto do Planalto Central em ambas oportunidades. Mas a alegria da equipe Mucke Motorsport durou pouco. A equipe foi punida por adulteração dos motores. Segundo a comissão organizadora da Fórmula BMW, a equipe violou lacres e manuseou dispositivos proibidos por regulamento.
A partir disso, se Luiz Felipe já despontava na frente, os resultados posteriores só fizeram corroborar a liderança. Foram cinco 2º lugares consecutivos (Valência, Spa e hoje em Monza) e neste domingo, quando adentrou ao Autodromo Nazionale Monza, já o fez pela primeira vez na condição de Campeão Europeu de Fórmula BMW. E para não perder o costume, venceu a 16ª e última prova do ano. Ao descer do carro, é muito provavel que o tenha feito pela última vez na categoria escola da BMW. Seus olhares, a partir de agora, seguem no sentido do próximo passo nas pistas. Vislumbra, dentre outras possibilidades, a Fórmula 3 do Reino Unido.