Mais importante evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos terão a edição de Tóquio aberta oficialmente nesta sexta-feira (23), quando o Estádio Nacional receberá a cerimônia de abertura com a presença de atletas de mais de 200 países. O que poucos sabem é que o esporte a motor, mesmo sem fazer parte das competições, podem estar relacionados às Olimpíadas.
Há casos de atletas olímpicos que competiram e autódromos ou circuitos de ruas que foram montados ou construídos em Parques Olímpicos ou para os Jogos. Infelizmente, há também o caso contrário, em que um autódromo foi destruído para dar lugar a um complexo esportivo, como aconteceu com o autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Pensando nisso, F1Mania.net mostra, abaixo, casos de pilotos que competiram em edições das Olimpíadas e circuitos que surgiram por conta das instalações que receberam as mais variadas modalidades dos Jogos.
Alessandro Zanardi
Eis um caso de sucesso nos autódromos e nas competições olímpicas. Alessandro Zanardi teve duas passagens pela Fórmula 1 e foi bicampeão da CART (Indy). Porém, um acidente numa etapa da categoria americana na Alemanha o fez perder as pernas.
Fim de carreira esportiva? Que nada! O italiano passou a competir em provas de handbike. E o desempenho foi dos melhores: em duas Paralimpíadas, em Londres e no Rio de Janeiro, o italiano conquistou quatro medalhas de ouro, e duas pratas. Além disso, foram 12 ouros em campeonatos mundiais.
Infelizmente, o piloto sofreu um acidente em 2020, quando participava de um treinamento na Itália, e segue em recuperação desde então.
Circuito de Barcelona
Casa do Grande Prêmio da Espanha de Fórmula 1 desde 1991, o Circuito de Barcelona foi construído como parte das instalações para os Jogos Olímpicos de 1992. Na ocasião, o autódromo recebeu a competição de ciclismo de estrada contra relógio entre equipes, que teve no time da Alemanha os vencedores.
Muito antes de Michael Schumacher e Lewis Hamilton conquistarem suas seis vitórias no circuito pela mais importante categoria do automobilismo mundial, o quarteto formado por Michael Rich, Bernd Dittert, Christian Meyer e Uwe Peschel completaram a prova em 2h01min39s, ficando com a medalha de ouro. A Itália ficou com a prata, e a França faturou o bronze.
Nasser Al-Attiyah
O príncipe do Catar e um dos mais vitoriosos pilotos de provas fora de estrada, com três vitórias no Dakar, o mais importante rali do mundo, também é um atleta olímpico. O piloto de 50 anos compete também em eventos de tiro esportivo, sendo o principal nome da modalidade no país localizado no Oriente Médio.
Vencedor por equipes dos Jogos Asiáticos em 2002 e 2010, Al-Attiyah viveu seu grande momento no tiro esportivo nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Naquela edição, o atleta faturou o bronze na prova do Skeet individual, ajudando o Catar a ter, até então, seu melhor desempenho nos Jogos Olímpicos, já que o país terminou com duas medalhas de bronze.
Autódromo Hermanos Rodríguez
Mais importante autódromo do México, o Hermanos Rodríguez em si jamais foi uma instalação olímpica. Porém, a pista de corridas fica localizada em um grande complexo esportivo na Cidade do México, a capital do país. A Ciudad Deportiva Magdalena Mixhuca possui, além do circuito, o Palacio de los Deportes Juan Escutia, que foi uma das sedes dos Jogos de 1968.
O ginásio recebeu o Basquete naquela edição das Olimpíadas, e viram os Estados Unidos, com uma seleção formada por jogadores universitários, faturarem o ouro após uma vitória sobre a Iugoslávia por 65 a 50. A União Soviética ficou com a medalha de bronze após vencer o Brasil na disputa pelo terceiro lugar.
O ginásio ainda funciona e já recebeu partidas da NBA, além de grandes shows. O Autódromo Hermanos Rodríguez também abrigava o estádio Foro Sol, onde a seleção mexicana de Beisebol e o time dos Diablos Rojos mandavam seus jogos. O campo deu lugar a uma sequência de curvas por onde os carros da Fórmula 1 aceleram, mas um novo estádio, dentro do complexo, será construído.
Príncipe Bira
Aqui temos outro príncipe que competiu no automobilismo e em Jogos Olímpicos. O Príncipe Bira esteve no grid da primeira corrida da história da Fórmula 1, em 1950, em Silverstone, e disputou nada menos do que 19 corridas entre 1950 e 1954, tendo como melhores resultados dois quartos lugares nos GPs da Suíça, em 1950, e da França de 1954.
Por Olimpíadas, a carreira foi ainda mais longeva, com a participação em quatro edições (Melbourne 1956, Roma 1960, Tóquio 1964 e Munique 1972), sempre nas competições de vela. O tailandês, porém, jamais conquistou uma medalha olímpica.