Brasília recebe F-Renault e Copa Clio

Duas categorias marcadas pelo rigoroso equilíbrio, contraponto à previsibilidade de outras conhecidas modalidades nacionais, voltam ao Autódromo Internacional Nélson Piquet no final da semana. A Fórmula Renault e a Copa Clio, principais atrações do Renault Speed Show by TIM, estrearam no ano passado e colocaram uma pedra sobre a mesmice que reinava no automobilismo brasileiro. Os campeonatos foram decididos apenas na última das 10 etapas e o número de ganhadores – nove na Fórmula Renault e oito na Copa Clio – provou que ainda há lugar para a competitividade e a emoção em nossas pistas.

O início da temporada revela que dificilmente haverá mudança no panorama em 2003. E que novamente a consistência poderá render dividendos. O primeiro campeão da história da Fórmula Renault brasileira não ganhou uma única prova, mas o paulista Sérgio Jimenez, correndo pela Bassani Racing, soube se manter consistentemente no pelotão da frente. Depois de duas etapas disputadas, a liderança não pertence nem a Allam Khodair (Giaffone Racing), vencedor em Interlagos, nem a Paulo Salustiano (M4T Motorsport), que ganhou em Curitiba no início do mês. A classificação vem sendo comandada por Marcos Gomes (RS Competições), graças a um terceiro e um segundo lugares. O vice-líder é Renato Jader David (Bassani Racing), que acumula um segundo e um quinto. Khodair e Salustiano não pontuaram uma vez cada e, por isso, estão respectivamente em 3º e 4º.

O segredo de tamanho nivelamento desportivo repousa no regulamento técnico. A Fórmula Renault é uma série monomarca que utiliza chassis Tatuus, motores Renault 2.0, pneus Pirelli e câmbio seqüencial de seis marchas. Para se alcançar o máximo de igualdade em relação à potência, a capacidade dos motores foi ligeiramente baixada já no ano passado, passando de 183 para cerca de 175 HPs. Com a igualdade garantia, a diferença fica por conta do trabalho acerto mecânico e aerodinâmico para cada pista e também da habilidade dos pilotos.

A Copa Clio é outra categoria em que sobram candidatos à vitória entre os 30 pilotos que entram em média na pista em cada etapa. E o que já era bom ficou ainda melhor com a elevação da potência dos motores, agora próximos dos 140 HPs, e a adoção de novos recursos aerodinâmicos. Em Curitiba, na abertura do calendário, o que se viu foi uma prova intensamente disputada, na qual a liderança passou pela mão de vários nomes. No final, a vitória ficou em poder de Alexandre Conill (Welt Motorsport), nascido no Rio Grande do Sul, mas residente na Capital Federal. No terço inicial da corrida, no entanto, as primeiras posições eram ocupadas por Fábio Carreira (C2 Motorsport), Wiguinho Tartuce (WT Motorsport) e Elias Jr. (Hot Car), que se envolveram em acidentes e não receberam a bandeirada.

As equipes baseadas em Brasília podem levar alguma vantagem pelo perfeito conhecimento dos 5.475 metros do circuito. Foi o caso da Gramacho Racing em 2002, quando o time dirigido por Alexandre Gramacho colocou o estreante Nélson Ângelo Piquet na pole position. Em sua única prova na categoria, o filho do tricampeão da Fórmula 1 terminou em 3º, e a vitória foi de André Prioste (M4T Motorsport). Na Copa Clio, quem levou a melhor foi André Bragantini Jr., vice-campeão da temporada.