F1: Wolff diz que é melhor Mercedes “ter cuidado” para evitar declínio como Ferrari e Red Bull

Em 2022, após oito anos de dominância, a Mercedes não conseguiu construir um carro vencedor ficando com apenas o terceiro lugar no mundial de construtores. Toto Wolff, chefe da equipe, declarou que “não pode deixar” sua equipe cair em uma crise como a Ferrari e Red Bull fizeram após seus anos de hegemonia.

A Mercedes vinha conquistando todos os títulos de construtores desde 2014, e todos os títulos de pilotos até 2021. No entanto, com os novos regulamentos aerodinâmicos que entraram em vigor em 2022, os alemães ficaram aquém das expectativas. Lewis Hamilton não conseguiu uma vitória sequer, e apenas George Russell foi capaz de marcar uma pole e uma vitória.

Em vez de lutar na frente, eles ficaram como terceira força, mas com uma performance muito inferior à da vencedora do ano, a Red Bull. No começo do ano, principalmente, a equipe era muito afetada pelos saltos que o porpoising proporcionava, que além de ser péssimo por si só, ainda fazia com que o desempenho do carro fosse pior por conta da altura em que eles eram obrigados a colocar o W13. Russell e Hamilton terminaram em quarto e sexto no campeonato, respectivamente, e a equipe ficou com o P3 na classificação de construtores. Esse foi o pior resultado da Mercedes sob a liderança de Wolff.

Desta forma, o chefe da equipe espera que esse não seja um resultado prolongado. Em entrevista à mídia, ele disse: “Claro, estamos falando sobre isso. Estamos analisando quais foram os motivos que levaram times que dominaram uma época a perderem desempenho de repente.

“Você pode rastreá-los muito bem – mudanças no regulamento, pessoas saindo, ou um pneu que mudou fundamentalmente.

“Mas temos a mesma organização, a mesma capacidade, o mesmo financiamento financeiro.

“Acredito que temos coisas em comum e podemos trilhá-las e acho que queremos evitar os erros.

“Erramos. Mas todos os outros, todos os outros pilares ainda estão no lugar, agora temos que ajustar os sistemas e entendê-los.”

A F1 teve três eras dominantes desde o começo dos anos 2000. A Ferrari ganhou os cinco primeiros anos com Michael Schumacher, depois a Red Bull passou a predominar com Sebastian Vettel de 2010 a 2013. Por fim, a era Mercedes, que se iniciou em 2014 com Lewis Hamilton, tendo Nico Rosberg como campeão em 2016, e depois continuando com Hamilton até o final de 2020. Em 2021 a Mercedes venceu o campeonato de construtores, mas Max Verstappen, da Red Bull, ficou com o título de pilotos.

Wolff explica o fim da era Ferrari. “Você pode ver a Ferrari como exemplo. Eles perderam toda a liderança e o principal piloto. Eu acho que é algo que você pode voltar a analisar”, o chefe austríaco refere-se à saída de Schumacher, e depois dos chefes Ross Brawn e Jean Todt.

Com a Red Bull, o caso foi diferente e principalmente causado pela mudança nos regulamentos de motor. “Com a Red Bull, era uma situação fundamental, em que os regulamentos da unidade de potência mudaram completamente e não funcionaram [para a equipe]. Então foram parâmetros fundamentais alterados.”

O chefe da Mercedes vê isso como um aviso de que nem sempre é fácil se recuperar. “Estamos olhando para isso e pensando, você sabe que é melhor ter cuidado. É melhor ter cuidado porque a temporada passou num piscar de olhos.

“Não podemos deixar isso acontecer, olhar para trás após a próxima temporada e depois dizer que é ruim.”