O chefe da Williams, James Vowles, reconheceu a necessidade da equipe desenvolver ‘melhores ferramentas’ para evitar que penalidades como a sofrida por Logan Sargeant no GP da China de Fórmula 1, ocorram novamente.
Sargeant vinha diminuindo a velocidade na reta principal em direção à curva 1 quando Nico Hulkenberg saía do pit lane durante o período de Safety Car. O americano aproveitou o embalo para ficar na frente, mas replays mostraram que o carro da Haas estava à frente da Williams na segunda linha de detecção do Safety Car.
Sargeant recebeu dez segundos de acréscimo em seu tempo de prova e dois pontos na superlicença por ultrapassagem ilegal, terminando a corrida em último (17º lugar).
Vowles afirmou que a Williams não conseguiu avisar Sargeant para ceder a posição, porque não tinha imagens claras para determinar quem estava na frente.
“Foi uma punição severa, quando você vê décimos de diferença se transformarem em segundos, é difícil”, disse Vowles em um vídeo divulgado pela equipe. “Ainda mais, é muito difícil para o piloto julgar se ele estava na frente ou atrás. A responsabilidade é nossa e falhamos. Precisamos desenvolver ferramentas automatizadas melhores para nos permitir ver o que está acontecendo naquele ponto, porque levou várias repetições de câmeras até mesmo para nós vermos a diferença. Com as imagens embarcadas que temos, não dava para saber quem estava na frente e quem estava atrás.”
Ele acrescentou: “O que temos que fazer é melhorar nosso sistema e processos para ter certeza de que identificamos isso mais rápido, porque dá para corrigir. Logan teria que ter reduzido a velocidade durante aquele incidente inicial, alguns segundos depois, deixado o carro passar novamente, e então teria corrigido a posição. São margens pequenas, mas é disso que se trata a Fórmula 1.”
Vowles destacou que a equipe aceitou a decisão dos comissários, porque o regulamento determina que a punição não pode ser apelada após a corrida.
“O funcionamento das penalidades, é que quando acontece durante a corrida, não há nada que você possa fazer. Você não pode apelar”, disse ele. “Uma vez que a penalidade é aplicada, está encerrado. O julgamento deles (comissários da FIA) estava correto. Estávamos atrás na linha. Esses são os fatos.”
Enquanto isso, Sargeant questionou o motivo pelo qual a FIA não o instruiu a devolver a posição para Hulkenberg sob o Safety Car, evitando prejudicar sua corrida.
“Há um desnível ali também e acho que dificulta a visualização quando os carros estão separados por uma grande distância”, lembrou Sargeant. “Do meu lado, eu pensei que estava bem à frente. Não achei que estivesse nem perto, então para mim, não havia discussão, mas saber disso no final da corrida foi um pouco estranho. Não sei se há alguma maneira da FIA nos dar algum feedback. Estávamos sob Safety Car por um tempão, não sei por que eles simplesmente não me mandaram devolver a posição. Eu teria feito isso se eles tivessem mandado, mas pelo que eu sei, eu pensei que estava bem à frente”, finalizou o piloto norte-americano.