Otmar Szafnauer, ex-chefe da Alpine na Fórmula 1, rebateu as críticas de seu sucessor, Bruno Famin, que atribuiu os problemas atuais da equipe à antiga gestão. Szafnauer considera a declaração ‘desinformada’.
Szafnauer deixou a Alpine, junto com o diretor esportivo Alan Permane, no ano passado, por discordarem do cronograma para alcançar o sucesso na F1.
Sob o comando de Szafnauer, a equipe de Enstone terminou em quarto no Campeonato de Construtores em 2022, mas ocupava a sexta posição na época de sua saída. No entanto, a situação da Alpine piorou desde então. O carro remodelado está acima do peso, pouco competitivo e não pontuou até o momento este ano.
Em entrevista ao F1.com este mês, Famin sugeriu que Szafnauer deveria ser responsabilizado, já que ‘o carro que temos agora é o resultado da gestão anterior’.
Szafnauer rebateu a alegação, destacando que o curto período em que ele e Permane permaneceram na equipe em 2023, significa que a dupla teve influência mínima no desenvolvimento do carro atual.
“Tínhamos tempo e geometria limitados para CFD e túnel de vento, então nem sequer dava para usar o túnel de vento em sua capacidade total, provavelmente metade, assim como o CFD”, disse ele ao The Race.
Szafnauer explicou o cronograma típico de desenvolvimento de um carro de F1, ressaltando que a última grande atualização da temporada geralmente é concebida em junho/julho.
“Alan e eu saímos em julho, e depois que saímos, eles começaram a trabalhar no carro do próximo ano. Pat (Fry) também havia renunciado na época”, afirmou.
Szafnauer defende que apontar a culpa para sua gestão seria leviano, já que as decisões para o carro atual foram tomadas posteriormente.
Além de Szafnauer e Permane, que agora trabalha na Red Bull, Fry também deixou o cargo de diretor técnico da Alpine para assumir a mesma posição na Williams. O experiente engenheiro criticou a Renault, controladora da Alpine, por não manter o entusiasmo necessário para o progresso.
Questionado sobre se acredita que a Renault entende as exigências para alcançar sucesso concreto na categoria, Szafnauer respondeu: “Não pelo que vi.”
Ele também criticou a interferência de grandes montadoras na F1. “Não deveriam se intrometer. É muito diferente de uma empresa de carros. Deixem isso para os especialistas”, finalizou o ex-chefe da Alpine.