F1: Sainz detalha processo de recuperação para correr na Austrália

Carlos Sainz revelou os esforços que fez para estar apto a disputar o GP da Austrália de Fórmula 1, incluindo sessões em câmaras hiperbáricas e consultas com especialistas.

O piloto da Ferrari foi forçado a desfalcar a equipe no GP da Arábia Saudita, devido a uma apendicectomia e não tinha certeza se conseguiria correr em Melbourne, já que passou quase duas semanas se recuperando, a maior parte do tempo, na cama.

Com o abandono de Max Verstappen em Albert Park, Sainz dominou a corrida e conquistou sua terceira vitória em uma dobradinha da Ferrari. No entanto, o piloto espanhol se mostrou cauteloso em seus movimentos no parque fechado e no pódio, já que sentia os efeitos colaterais da cirurgia.

Após a vitória, a quarta da Ferrari nas últimas seis edições do GP da Austrália, Sainz revelou que seu corpo ainda estava em ‘modo de proteção’. Ele tentou de tudo para estar apto para a corrida, inclusive conversando com o piloto da Williams, Alex Albon, que também passou por uma apendicectomia em 2022.

“Eu acho que meu corpo ainda está um pouco em modo de proteção, então tudo o que faço é um pouco mais lento e cauteloso porque, obviamente, quando os médicos operam o abdômen, é uma sensação estranha”, disse Sainz à imprensa. “Mesmo estando um pouco cauteloso, consigo pilotar sem problemas. Fisicamente, o que senti no final da corrida foi muita rigidez.”

“Obviamente, ficar sete dias deitado na cama não é nada saudável para a forma física e todos os músculos de um atleta”, acrescentou.

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) indica que, após uma apendicectomia, atividades físicas intensas devem ser evitadas por 4 a 6 semanas, o que colocaria a recuperação de Sainz perto do GP da China, de 19 a 21 de abril.

No entanto, o piloto da Ferrari estava decidido a correr na Austrália e imediatamente buscou ajuda para estar em Melbourne. “Assim que retirei o apêndice, entrei na internet e comecei a conversar com profissionais, dizendo: ‘Ok, o que ajuda a acelerar a recuperação?’,” disse ele.

“A partir daí, comecei a fazer tudo o que se pode fazer para acelerar a cicatrização, o tecido cicatricial, tudo o que pode ajudar a ser mais rápido nessa recuperação. Conversei com outros atletas, com outros médicos na Espanha e internacionalmente.”

“Então, elaborei um plano com a minha equipe. A razão pela qual os atletas se recuperam mais rápido é porque você pode se dedicar 24 horas por dia durante sete dias à recuperação, e foi exatamente o que eu fiz. Comecei a fazer câmaras hiperbáricas duas vezes ao dia por uma hora, usei uma máquina Indiba, que é um dispositivo eletromagnético para feridas”, acrescentou.

“Eu programava meu tempo na cama, meu tempo para caminhar, meu tempo para comer, o tipo de comida que você precisa para se recuperar, tudo girava em torno da recuperação para tentar estar pronto para a Austrália. Então, eu apenas segui mais ou menos o que todos me disseram e elaborei um bom plano”, completou o piloto espanhol.