O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, está no centro de uma tempestade. Recentemente, a Federação vem sendo alvo de acusações, processos e vazamentos de informações confidenciais.
Em carta aos membros da FIA, Sulayem se defendeu das acusações e afirmou que a entidade é vítima de ‘ataques maliciosos com o objetivo de desestabilizar a liderança e minar a Federação’.
“Apesar desses ataques ao meu caráter e à nossa organização como um todo, emergimos mais fortes e resolutos do que nunca”, disse Sulayem.
O dirigente se refere, entre outras coisas, a uma investigação do Comitê de Ética da FIA que o absolveu de duas acusações de irregularidades. No entanto, no mesmo dia, Susie Wolff, CEO da F1 Academy e esposa do chefe da Mercedes, Toto Wolff, entrou com um processo contra a FIA alegando má conduta no tratamento de acusações contra ela e o marido no início deste ano, que dizia haver vazamento irregular de informações confidenciais. A FIA iniciou uma investigação sobre o assunto, que foi encerrada apenas dois dias depois do seu início.
Além disso, surgiram denúncias de que a FIA teria sido informada sobre irregularidades envolvendo o chefe da Red Bull, Christian Horner, mas a própria Red Bull Racing realizou uma investigação interna que o inocentou. Essa decisão, porém, vem sendo muito contestada no paddock da Fórmula 1 e também pela imprensa, principalmente pela absoluta falta de transparência sobre o ocorrido.
Diante dos vários imbróglios, o CEO da McLaren, Zak Brown, cobrou transparência da FIA. “Estamos vivendo em 2024, não em 1984. Precisamos de total transparência”, afirmou ele.
Já Peter Bayer, ex-secretário geral da FIA, defendeu a independência do Comitê de Ética e a confiança na organização. “Eles (FIA) são o regulador do automobilismo. Algumas perguntas que queremos que respondam, talvez eles não possam responder”, disse Bayer.
A FIA enfrenta um momento delicado. Enquanto Ben Sulayem tenta restabelecer a credibilidade da Federação, acusações, processos e vazamentos continuam a abalar a entidade. Resta saber se a FIA conseguirá sair fortalecida dessa crise ou se os conflitos internos continuarão a prejudicar o automobilismo como um todo.