F1: Pilotos pedem mais dias de testes na pré-temporada

George Russell e Alex Albon se juntaram a Fernando Alonso nas críticas ao pouco tempo de testes na pré-temporada da Fórmula 1. Com o número recorde de 24 corridas no calendário de 2024, os pilotos consideram insuficiente o tempo atual de preparação.

Em 2023, os testes foram reduzidos de seis para apenas três dias, e com apenas dois ‘dias de filmagem’ por equipe no ano, as oportunidades de rodar com os carros novos são limitadas durante a temporada.

Alonso, veterano da categoria, chamou a situação de ‘injusta’. Ele argumenta que o alto investimento das equipes merece mais tempo para compreender e ajustar os novos carros antes do campeonato começar. A limitação de tempo pode ser ainda mais agravada por uma bandeira vermelha causada por um problema na pista, como ocorreu duas vezes este ano no Bahrein, restringindo ainda mais a rodagem de alguns pilotos.

“É difícil entender como podemos ter um dia e meio por piloto, que agora será um dia e um quarto depois de hoje, para nos prepararmos para a temporada”, disse Alonso após perder tempo de pista devido à interrupção por bandeira vermelha no Bahrein. “É ridículo para o esporte mais sofisticado do mundo, com equipes investindo 200 milhões de dólares por ano.”

Russell, piloto da Mercedes e diretor da Associação de Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA), disse: “Se o teste for tranquilo, um dia e meio por piloto já é o mínimo absoluto. Mas veja o que aconteceu hoje e quantos pilotos perderam tempo. Cada volta é crucial.”

Alex Albon, da Williams, concordou: “Sabemos que é feito para equilibrar as coisas, mas não temos um carro de teste. Então, para alguns, é o primeiro contato com o carro novo desde Abu Dhabi. E o custo dos simuladores e testes virtuais também entra na conta. Não há uma solução perfeita, mas acho que mais três dias seriam bons.”

O espanhol propôs que, como o Bahrein sedia a primeira etapa logo após os testes de pré-temporada, as equipes poderiam utilizar dois carros durante os testes: “Temos toda a equipe aqui, os mecânicos estão preparados. Não acho que o custo extra de usar dois carros seja alto, já que vamos correr aqui em uma semana. Todos os carros estão praticamente prontos. Acho que dois, ou até três ou quatro dias, seriam o mínimo para um esporte profissional e atletas profissionais competirem em um campeonato mundial”, finalizou o bicampeão.

A insatisfação dos pilotos coloca pressão na FIA para rever o formato dos testes de pré-temporada. A questão é se haverá espaço para acomodar as demandas dos pilotos e das equipes dentro do calendário apertado da Fórmula 1.