F1: Newey estará presente em Miami enquanto estuda saída da Red Bull

Adrian Newey deve comparecer ao GP de Miami de Fórmula 1 neste próximo final de semana, mesmo com as negociações sobre sua possível saída da Red Bull em andamento.

Newey já teria comunicado aos dirigentes da Red Bull seu desejo de deixar o cargo de diretor técnico, mas não chegou a formalizar o pedido de demissão. As conversas sobre seu desligamento da equipe continuam.

Embora não haja confirmação de que Newey permanecerá até o fim do contrato, em dezembro de 2025, uma saída imediata não é esperada, devendo ocorrer, se realmente acontecer, após o final da atual temporada.

O projetista britânico está na Red Bull Racing desde 2006, e é responsável pela concepção dos carros que conquistaram os treze títulos da equipe.

Com o surgimento de notícias sobre a intenção de Newey em sair, a Red Bull parece relutar em aceitar o fim de uma parceria extremamente bem-sucedida. No entanto, como agora parece haver aceitação da decisão de Newey, o foco se voltou para a negociação de um acordo favorável para ambas as partes.

Newey, supostamente, tem especial interesse em evitar ser o centro das atenções em uma semana que marca o 30º aniversário da morte de Ayrton Senna. Newey era o chefe de design na Williams, na época do acidente fatal de Senna em 1994.

Ainda não houve conversas presenciais entre Newey e o chefe da Red Bull, Christian Horner, embora ambos devam viajar juntos para Miami esta semana.

Várias outras equipes da F1, principalmente Ferrari e Aston Martin, demonstraram interesse na contratação de Newey, mas ele teria informado a Red Bull que ainda não assinou um acordo para se juntar a nenhum time. O relacionamento com Horner é apontado como principal fator na saída de Newey

Apesar dos resultados excepcionais, a decisão de Newey de sair parece estranha, considerando que ele está supervisionando um dos períodos mais dominantes da história da categoria. Max Verstappen conquistou o campeonato de pilotos em 2021, 2022, 2023 e vem dominando a temporada 2024, estando em vias de conquistar o tetracampeonato este ano.

A Red Bull venceu quase todas as corridas na temporada passada, e a vitória de Verstappen na China no início de abril garantiu ao holandês sua 21ª vitória nas últimas 23 corridas da F1. No entanto, o relacionamento de Newey com Horner, parece ter esfriado bastante.

Horner, em entrevista à Autosport no ano passado, afirmou que a equipe técnica da Red Bull não era mais ‘dependente’ de Newey após mudanças em sua estrutura.

Além disso, o sucesso da equipe foi manchado por um período de turbulência após a investigação, no início do ano, feita pela matriz austríaca sobre alegações de comportamento inadequado de Horner contra uma funcionária da equipe. A acusação contra Horner, sempre negada por ele, foi arquivada em fevereiro. Depois disso a funcionária que apresentou a queixa recorreu da decisão.

Depois das acusações contra Horner, uma possível luta pelo poder na Red Bull se desenrolou, com Horner sob forte pressão após o pai de seu piloto principal, Jos Verstappen, pedir a saída do chefe de equipe.

Acredita-se que a série de eventos tenha desiludido ainda mais Newey, que havia assinado sua renovação de contrato há quase um ano. Alguns relatos afirmam que o contrato de Newey inclui uma cláusula que o impediria de ingressar em outra equipe por um ano após o término de seu contrato com a Red Bull, o que significaria que ele não poderia começar a trabalhar em outro lugar antes do início de 2027, a não ser que ele não cumpra seu contrato até o final e deixe a equipe no fim de 2024. Dessa forma, ele poderia trabalhar em outro time em 2026.

Se ele decidir permanecer na F1, Newey seria desejado por todas as outras equipes do grid, mas as candidatas mais prováveis ​​a contratá-lo seriam as aspirantes a campeãs Ferrari, Mercedes, McLaren e Aston Martin.

Dentre as quatro, Newey teria maior interesse em se mudar para a Ferrari, o que poderia colocá-lo para trabalhar ao lado de Lewis Hamilton, que se juntará à equipe italiana vindo da Mercedes em 2025.