F1: Mercedes confia na legalidade de asa inovadora, apesar de questionamentos

A nova asa dianteira do W15 da Mercedes vem causando polêmica no paddock da Fórmula 1. Embora a equipe esteja confiante na legalidade do design, o chefe técnico da categoria, Pat Symonds, levantou dúvidas sobre o ‘espírito’ do regulamento.

O ponto central da discussão, é um pequeno elemento de fibra de carbono que conecta o nariz do carro ao terceiro flap da asa. Esse elemento permite à Mercedes contornar a regra que exige que cada segmento da asa cubra a parte traseira do anterior, visto de cima.

A Mercedes argumenta que o design está dentro das regras, pois o elemento de fibra oculta a parte traseira do segundo flap, mas reduz a área do terceiro para diminuir o arrasto e melhorar o fluxo de ar.

Toto Wolff, chefe da Mercedes, garante que a equipe sempre conversa com a FIA sobre inovações como essa. “Não é algo que você tem uma ideia e coloca no carro para ver se é legal ou não”, disse Wolff. “É um longo processo de discussão durante todo o intervalo entre as temporadas. Eu sinto que estamos bem.”

Apesar da confiança da Mercedes, uma ‘brecha’ nos regulamentos usada de forma bem-sucedida, geralmente atrai questionamentos e possíveis contestações de outras equipes. Na era do teto de gastos, pode ser mais vantajoso para uma equipe rival contestar a legalidade do design do que investir em replicá-lo.

Embora a FIA tenha aprovado o design durante o processo de desenvolvimento, Symonds acredita que ele possa ser banido no futuro. “O artigo 3 do regulamento determina como as formas aerodinâmicas são produzidas, e é muito claro que o objetivo é permitir disputas mais próximas nas corridas”, disse Symonds à Sky Sports F1. “Essa asa parece criar um vórtice forte para empurrar o ar turbulento da roda dianteira para o lado. A questão é: ‘Isso está realmente dentro do espírito das regras?’. Está dentro do regulamento, sem dúvida. Mas é o que queremos? Não sei, isso é mais discutível. Precisamos saber o quão forte é o efeito.”

Symonds defende o ‘espírito das regras’ e o bem do esporte, uma vez que seu objetivo nos últimos anos tem sido incentivar corridas mais disputadas.

“É mais uma questão do que é bom para o esporte do que para a Mercedes ou a Red Bull”, disse Symonds. “E claro, eu mudei de lado há alguns anos, então agora tento ver o que é bom para a categoria, e sem dúvida, o que é bom são corridas disputadas, então qualquer coisa que promova isso é bom, e o que prejudica isso, aí já é ruim”, concluiu.

A polêmica em torno da asa da Mercedes promete esquentar as discussões na Fórmula 1 logo no início da temporada, com a possibilidade de uma decisão da FIA que impacte o regulamento.



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