F1: Magnussen escapa de punição e sistema de pontos na superlicença gera discussões

O forte acidente logo na primeira volta do GP de Mônaco de Fórmula 1, felizmente não resultou em nenhum piloto ferido. Mas a batida levantou questionamentos sobre o sistema de punição por pontos na superlicença da FIA.

Kevin Magnussen, da Haas, saiu ileso do incidente, mas correu o risco de receber uma penalidade que o tiraria de uma corrida. O dinamarquês já possui dez pontos na superlicença, e sofreria um banimento automático ao acumular mais dois.

Apesar da gravidade do acidente, os fiscais optaram por não penalizar Magnussen. A decisão surpreendeu, já que Sergio Perez, piloto da Red Bull atingido por Magnussen, considera que deveria ter havido uma investigação.

Não é incomum que os comissários sejam mais lenientes em colisões após a largada. No entanto, Esteban Ocon, da Alpine, recebeu punição por um incidente com seu companheiro de equipe, Pierre Gasly, na mesma volta.

O grande beneficiado com a decisão foi Magnussen. Sete dos seus dez pontos já haviam sido aplicados por outras batidas. A infração mais parecida com a de Mônaco foi a punição recebida por ele em Miami, quando os comissários consideraram que Magnussen não estava suficientemente ao lado de Logan Sargeant para forçar o piloto da Williams a ceder espaço.

Esse sistema de pontos na superlicença foi introduzido há dez anos pela FIA, como forma de punir pilotos por incidentes recorrentes. A ideia era que o monitoramento ao longo da temporada incentivasse os pilotos a adotarem uma pilotagem mais limpa.

Nenhum piloto da F1 atingiu os doze pontos necessários para a suspensão de uma corrida até agora, no entanto, a decisão em relação a Magnussen não é um caso isolado. No ano passado, Pierre Gasly escapou de punição em uma situação semelhante no GP da Austrália.

Com outras categorias punindo pilotos com suspensões após atingirem doze pontos, fica a dúvida se a FIA adotaria a mesma postura com um piloto de ponta da F1. Vale lembrar que Lewis Hamilton teve dois pontos retirados em 2020, após os comissários mudarem de ideia no GP da Rússia.

O sistema de pontos por infração levanta discussões. Um piloto que recebe uma punição leve por um toque pode acabar cumprindo uma suspensão por conta do acumulo de pontos. A FIA já melhorou o sistema, ao não distribuir punições por todos os casos de violação de limites de pista.

Esse caso de Magnussen em Mônaco, reacendeu o debate. Será que a FIA teria coragem de banir um piloto de F1? Com vinte corridas pela frente em 2024, Magnussen pode continuar se beneficiando da ‘clemência’ dos comissários? Só o tempo irá responder essa questão.