Damon Hill criticou a penalidade aplicada a Fernando Alonso no GP da Austrália de Fórmula 1. De acordo com os comissários, o piloto da Aston Martin teve papel decisivo no acidente de George Russell. Para Hill, a penalidade foi excessiva, pois parte do automobilismo é lidar com o inesperado.
O documento dos fiscais alega que Alonso freou 100 metros antes do ponto habitual e de forma mais suave onde costumava frear com mais força. No entanto, a principal responsável pela desaceleração foi a redução de marcha feita pelo espanhol. Para os comissários, Alonso pilotou de forma desnecessariamente lenta, colocando outro piloto em risco.
Hill discorda dessa interpretação. “Pareceu que George ficou muito surpreso com a velocidade de aproximação sobre Fernando. Talvez estivesse muito perto, forçando demais a ultrapassagem e acabou saindo de frente por estar colado na caixa de câmbio dele. É nesse ponto que entramos na difícil questão do que é corrida e o que é jogada suja”, disse o ex-piloto e campeão na F1 em 1996 ao ‘F1 Nation Podcast’.
“Imagino que a FIA queira impedir manobras potencialmente perigosas, mas corridas são perigosas! O automobilismo é perigoso!”, argumentou o britânico de 63 anos. “Você precisa ter cautela ao tentar ultrapassar alguém. Se está se aproximando, precisa estar preparado para manobras ousadas dos rivais. Isso faz parte do esporte. É preciso ficar atento ao adversário, se ele tem histórico de jogadas inteligentes ou algo do tipo. Acho que a ideia de proibir ações inesperadas vai contra o próprio conceito de corrida”, concluiu Hill.
Vale lembrar ainda, que além do citado por Hill, algo inesperado pode acontecer com o carro da frente em uma tentativa de ultrapassagem, como um erro não intencional do piloto, ou ainda um problema mecânico, situações que também podem provocar uma desaceleração brusca, e que o piloto que vem atrás tem que estar preparado para enfrentar.