O Grande Prêmio da Arábia Saudita de 2024 de Fórmula 1 promete ser uma disputa notável, com equipes e pilotos enfrentando o desafio do Circuito Corniche de Jeddah, notoriamente diferente do layout de Sakhir, no Bahrein. Enquanto o circuito de Jeddah se destaca pela sua suavidade e altas velocidades, Sakhir é conhecido por seu impacto abrasivo nos pneus. Isso estabelece um palco para uma corrida potencialmente diferente, suscitando a pergunta: qual seria o caminho mais rápido até a bandeira quadriculada?
Relembrando o GP do ano passado, Sergio Pérez alcançou a vitória, com Max Verstappen e George Russell completando o pódio. Curiosamente, assim como nas duas edições anteriores, a corrida de 2023 foi decidida em uma única parada nos boxes, com os líderes iniciando com pneus médios e trocando para os duros. Uma parada oportuna sob o Safety Car no 18º giro ofereceu uma “parada barata” aos pilotos, uma tática também adotada por Lewis Hamilton, que optou por uma estratégia alternativa de duros para médios.
A baixa degradação em Jeddah sugere que o pneu duro tem capacidade para completar a distância total da corrida. Pilotos que terminaram atrás dos líderes anteciparam suas paradas para ganhar ar limpo. Por exemplo, Carlos Sainz parou no 15º giro, enquanto outros como Esteban Ocon e Pierre Gasly fizeram suas paradas um pouco antes ou depois.
Olhando para a estratégia deste ano, a abordagem de médios para duros ainda parece ser a mais rápida, considerando as três vitórias anteriores obtidas com essa tática. A confiabilidade do pneu médio durante os treinos oferece às equipes a flexibilidade de mudar para os duros cedo, em caso de intervenção do Safety Car, ou prolongar o primeiro stint esperando outra oportunidade.
Para os top 10, a performance de Charles Leclerc no ano passado, que avançou de P12 para P7 utilizando a estratégia de macios para duros, chama atenção. Essa abordagem pode atrair aqueles que acreditam ser possível ganhar posições nas primeiras voltas e mantê-las durante o longo stint de duros. Os pneus macios podem ser particularmente atraentes nas primeiras voltas, especialmente agora que o DRS é ativado após apenas uma volta, permitindo aos pilotos com macios aproveitar enquanto os de médios ainda estão aquecendo.
Por outro lado, a estratégia de ir profundo na corrida com os médios, potencialmente mudando para macios para um stint final curto, surge como uma opção marginal, mas interessante. A diferença de desempenho entre os duros e os macios, cerca de um segundo por volta, torna essa abordagem tentadora.
Para aqueles na metade inferior do grid, a corrida de duas paradas parece menos atraente, sendo cerca de 15 segundos mais lenta. No entanto, um cenário de soft>medium>soft com paradas entre as voltas 10-15 e 30-36 pode ser considerado, dependendo de intervenções externas que possam agrupar o pelotão.
Uma estratégia alternativa para os que largam mais atrás é começar de duros, prolongar o primeiro stint e apostar em um Safety Car tardio para uma parada barata e um final de corrida com pneus rápidos.
O clima em Jeddah permanece estável, com a temperatura da pista se estabilizando à noite. O fator mais intrigante poderia ser o vento, vindo do noroeste, que, apesar de diminuir à noite, ainda pode apresentar rajadas de até 25 km/h. Essa condição pode afetar o gerenciamento dos pneus, especialmente os macios, que são mais suscetíveis ao graining em condições de vento instável.
À medida que o GP da Arábia Saudita se aproxima, as equipes enfrentam o desafio de adaptar suas estratégias às características únicas de Jeddah, ponderando entre o tradicional e o ousado para maximizar suas chances de sucesso em uma das corridas mais imprevisíveis e emocionantes do calendário da F1.
O F1MANIA.NET acompanha ‘in loco’ o GP da Arábia Saudita, com o jornalista Rodrigo França direto de Jeddah.