F1: Equipes pedem flexibilização de regras em finais de semana com corrida Sprint

A polêmica desclassificação de Charles Leclerc e Lewis Hamilton do GP dos EUA em 2023 por desgaste excessivo dos assoalhos de seus carros, no circuito COTA bastante ondulado, acendeu o debate sobre o rigor das regras do ‘Parque Fechado’ durante os finais de semana de corrida Sprint na Fórmula 1. Equipes como Ferrari e Aston Martin se posicionaram a favor de uma flexibilização das normas para permitir ajustes diante de imprevistos, enquanto a FIA sinaliza cautela.

O ‘Parque Fechado’ estabelece restrições a alterações significativas no carro após a primeira sessão de treinos livres, obrigando as equipes a definir o acerto para todo o restante do final de semana. Essa rigidez gerou problemas em Austin, onde a pista ondulada do Circuito das Américas provocou um desgaste inesperado nos assoalhos, levando Ferrari e Mercedes a optarem por não mexer no acerto devido ao temor de descumprir o regulamento.

A estratégia se mostrou arriscada e resultou na desclassificação dos dois pilotos. A FIA reconheceu a dificuldade imposta pelo cenário incomum e indicou interesse em avaliar possíveis ajustes, mas ressaltou a importância de preservar a integridade esportiva.

Frederic Vasseur, chefe da Ferrari, defendeu a abertura do ‘Parque Fechado’ nos finais de semana com corrida Sprint, justificando pela menor janela de tempo para treinos e ajustes antes da sessão de classificação. Em entrevista ao RacingNews365, ele declarou: “Só temos o TL1 para definir o acerto do carro, para o sistema de refrigeração, altura do chassi… Às vezes no TL1, se surge um pequeno problema ou os pilotos não pegam a linha ideal que usarão depois, fica muito difícil, você vai às cegas.”

Tom McCullough, Diretor de Performance da Aston Martin, concorda com a necessidade de certa flexibilidade. “Trata-se de evoluir as regras para alcançar o que todos queremos. Já permitimos alguns ajustes específicos”, disse ele. “Mas como não podemos mexer na maior parte das coisas, inclusive na prancha do assoalho, precisamos tomar decisões baseadas em treinos muito limitados.”

A FIA, por sua vez, ainda não apresentou propostas concretas, mas reconheceu a necessidade de diálogo com as equipes. O presidente da comissão de monopostos, Nikolas Tombazis, garantiu que o assunto será discutido nas próximas reuniões: “É claro que precisamos considerar o que aconteceu em Austin e avaliar se alguma revisão das regras é necessária. Não vamos tomar decisões precipitadas, mas estamos abertos a discutir soluções.”

O debate sobre o ‘Parque Fechado’ promete ser um dos temas quentes dos próximos meses na F1. Com a realização de seis corridas Sprint em 2024, a busca por um equilíbrio entre a integridade competitiva e a capacidade de adaptação diante de situações imprevistas, será um desafio crucial para o futuro da categoria.