F1: Economista espanhol diz que GP de Madrid pode ser um desastre financeiro

Nem todos estão animados com o futuro GP da Espanha de Fórmula 1 que será realizado nas ruas de Madrid a partir de 2026. Um renomado economista espanhol, Santiago Nino Becerra, jogou um balde de água fria nas previsões otimistas dos organizadores, levantando dúvidas sobre a viabilidade financeira do evento.

A principal preocupação diz respeito à taxa anual que Madrid pagará à F1, estimada em 60 milhões de euros, mais que o dobro do valor desembolsado por Barcelona, atual sede do GP espanhol. Nino Becerra questionou a diferença gritante entre os números reais de Barcelona e as projeções otimistas de Madrid. “Será que realmente a corrida vai gerar o dobro do PIB em Madrid do que na Catalunha?”, questionou o Dr. em Economia.

Essas declarações de Nino Becerra chegam em momento delicado para Barcelona, que também busca negociar um novo contrato com a F1. O especialista sugeriu que a Liberty Media analise com cautela a proposta de Madrid e negocie valores realistas, evitando a criação de outro fracasso semelhante ao GP de Valência nas ruas, que durou apenas dois anos.

David Coulthard, ex-piloto de F1 e atual comentarista, também se mostrou cético em relação à sustentabilidade do novo GP. “Disseram que 90% dos fãs poderão ir de transporte público. Isso é ótimo para políticos e ambientalistas, mas não para os fãs que pensam apenas em assistir à corrida”, afirmou.

O espanhol Dani Juncadella, ex-piloto reserva da Force India (atual Aston Martin), foi ainda mais crítico, questionando a segurança do traçado de rua que foi proposto. O vice-presidente da Federação Espanhola de Automobilismo, Joaquin Verdegay, compartilha dessa preocupação e estima que o circuito precisará de cinco ou seis meses para obter a aprovação da FIA.

As dúvidas levantadas por especialistas e personalidades do automobilismo, mostram que o GP de Madrid ainda tem um longo caminho a percorrer até se tornar realidade. Os próximos meses serão cruciais para a organização provar a viabilidade e sustentabilidade do projeto, dissipando as preocupações e conquistando a confiança do público e da própria Fórmula 1.