F1: Diretor da Mercedes acredita que calor expõe problemas do W15

O difícil final de semana da Mercedes no GP da Austrália de Fórmula 1, rendeu aprendizados valiosos para a equipe entender os problemas com o carro de 2024. A equipe alemã sofreu em Melbourne com o abandono de Lewis Hamilton por problemas no motor e o acidente de George Russell no final da corrida.

Além disso, a Mercedes surpreendeu com a falta de competitividade. Hamilton ficou no Q2, enquanto Russell se classificou em sétimo, a oito décimos da pole position.

O diretor técnico da Mercedes, James Allison, acredita que a queda de rendimento da equipe esteja ligada ao aumento da temperatura da pista. “Quase nenhuma mudança de acerto foi feita entre o TL3 e a sessão de classificação”, disse Allison no vídeo de debriefing da Mercedes. “Claro que tiramos combustível e aumentamos a potência do motor, mas nenhuma alteração significativa no acerto, pois acreditávamos ter encontrado uma boa janela no TL3.”

“Porém, estamos começando a ver um padrão surgir. Na maioria dos finais de semana, temos um período em que nos sentimos bem com o carro, confiantes, mas nas sessões que importam, na classificação e na corrida, o desempenho cai. Se tentarmos traçar esse padrão, a correlação mais forte que podemos fazer no momento é que a competitividade cai quando a pista está quente, o dia está mais quente, e consequentemente, a temperatura dos pneus sobe. Os nossos melhores momentos foram todos em sessões mais frias, o que nos dá algumas pistas sobre o que precisamos fazer daqui para frente”, acrescentou.

A Mercedes está satisfeita por ter conseguido construir um carro mais dócil, eliminando o comportamento instável da traseira que marcou o carro do ano passado. No entanto, Allison reconhece que a inconsistência mostrada nas três primeiras etapas, exige ampliar a janela de funcionamento do W15.

“É difícil definir o tempo que isso levará”, disse ele. “Se você sabe o que precisa ser feito, se identificou corretamente a causa da oscilação de rendimento, então é possível trabalhar durante o fim de semana em um programa dedicado a tentar mover a temperatura e o equilíbrio de temperatura entre a dianteira e a traseira a seu favor, usando todas as ferramentas convencionais de acerto do carro. Esse trabalho pode ser feito na fábrica, em simuladores e assim por diante.”

“Mas se depois de esgotarmos as possibilidades de acerto, concluirmos que precisamos ir além, a situação fica mais complicada. Isso significa que há características subjacentes, como o mapa aerodinâmico projetado ou a suspensão, que estão agravando esse problema específico. Para corrigi-lo de forma definitiva, seria necessário mudar essas características. Pode ser uma solução rápida ou algo mais complexo”, finalizou Allison de forma realista.