F1: Chefe da McLaren acredita que vantagem sobre Mercedes na Austrália não reflete realidade

O chefe da McLaren, Andrea Stella, suspeita que a fragilidade dos pneus no GP da Austrália de Fórmula 1 tenha distorcido a vantagem da sua equipe sobre a Mercedes.

A equipe de Woking aproveitou a falha de freio de Max Verstappen para conquistar seu primeiro pódio no circuito de Albert Park desde 2014, com Lando Norris em terceiro e Oscar Piastri em quarto lugar.

No entanto, a Mercedes teve um fim de semana para ser esquecido na Austrália, com a dupla de pilotos abandonando a corrida, deixando a equipe 29 pontos atrás da McLaren na quarta colocação do campeonato de construtores.

Apesar de George Russell estar 40 segundos atrás de Norris quando bateu na última volta, Stella acredita que isso não reflete com precisão o ritmo real da McLaren e da Mercedes.

“Eu acho que o que aconteceu hoje (domingo), em termos de diferença de ritmo entre McLaren e Ferrari, Verstappen potencialmente estaria ali”, disse Stella. “Mas Max já começou a reclamar no início da corrida. Então, parece que McLaren e Ferrari poderiam estar lá com Verstappen.”

“Mas a diferença entre esses carros e depois Aston Martin, Mercedes e todos os outros me surpreende. Eu não esperava por isso. A ciência meio que apoia a teoria de que hoje foi uma corrida dominada pelos pneus, porque definitivamente não há tanta diferença entre o carro da McLaren e o da Mercedes. É mais sobre lidar com os pneus porque, depois de dez voltas, se você reduz pela metade a degradação em comparação a outro piloto, seu carro pode estar aparentemente três, quatro décimos mais rápido, apenas porque tem muito menos degradação. Então, acho que tem a ver com a anomalia de um comportamento único dos pneus aqui na Austrália”, disse ele.

Stella ressaltou que a baixa degradação no carro da Red Bull, que permitiu o uso de dois jogos de pneus macios no Bahrein, mostra que o comportamento dos pneus está contribuindo para uma ordem flutuante no grid.

Questionado sobre como a Red Bull enfrentou mais problemas de granulação do que seus rivais, Stella brincou: “Se você conhece alguém que tenha experiência suficiente para explicar essas situações com clareza, eu o contrataria imediatamente.”

“Pense no Bahrein. Lá, a Red Bull foi o único carro que usou confortavelmente os pneus macios. Mas no Bahrein, você não tem granulação nenhuma. Não tem como ter granulação porque você não tem aderência suficiente para estressar os pneus e forçar a borracha a um ponto onde ela produza granulação. Se isso faz sentido.”

“Então, aqui é um regime completamente diferente em comparação com o Bahrein. Mas ainda assim, eu diria que lidar com isso do ponto de vista da engenharia e dizer: ‘ah, está claro o que precisamos fazer no carro para estar bem no Bahrein e aqui’, não é nada simples. Caso contrário, todos estariam em uma boa posição. É muito difícil, então eu não sei. Portanto, a Red Bull aparentemente não desfrutou de nenhuma vantagem do ponto de vista do gerenciamento de pneus em uma pista onde os pneus eram muito macios e propensos a granulação. Mas novamente, pela mesma razão que eu disse antes, pode ser que a gente vá para uma pista similar e as coisas realmente se comportem de maneira um pouco diferente. É um dos problemas que você chamaria de não-linear, onde você muda um pouco as condições e a solução muda drasticamente. É exatamente o que acontece com os pneus”, encerrou Stella.