Fernando Alonso questionou a viabilidade da meta da FIA de reduzir 30kg do peso dos carros da Fórmula 1 em 2026. A categoria pretende tornar os carros mais leves e estreitos, mas a adição de componentes elétricos mais potentes pode atrapalhar esse plano.
O novo regulamento prevê um motor com 50% de potência elétrica e 50% de combustão interna, além de um aumento de 120kW na bateria. Alonso acredita que essas mudanças dificultarão o alcance da meta de peso.
“Acho que é impossível alcançar 30kg já”, disse Alonso, que recentemente assinou contrato com a Aston Martin para dois anos, o que o levará ao próximo período regulatório. Se a unidade de potência for 50% elétrica e você precisar de baterias para isso, os carros vão ganhar 20 ou 30kg só por causa do motor”, afirmou ele ao Autosport.
“Então você quer reduzir 30kg? Precisariam tirar 60kg do carro atual, o que é praticamente o mesmo que temos agora. Para as equipes, é provavelmente uma meta impossível. Eles têm dois anos para alcançar isso, e como sempre na F1, o que é impossível em 2024 pode se tornar realidade em 2026 porque as equipes têm gente muito inteligente”, acrescentou.
Apesar do receio quanto ao peso, Alonso vê com bons olhos o novo ‘Modo de Ultrapassagem Manual’, que substituirá o DRS como principal ferramenta para ultrapassagens. Esse novo modo permitirá ao piloto que persegue outro carro, usar a potência máxima do motor elétrico (MGU-K) por um curto período, dificultando a defesa do rival.
“Era parecido com o que tínhamos antes, quando tínhamos o KERS por seis segundos e você precisava escolher em quais curvas e partes da volta usá-lo”, disse Alonso. “Às vezes você usava em lugares diferentes do carro da frente, e vice-versa, e isso criava oportunidades de ultrapassagem. Então concordo em dar mais liberdade aos pilotos para usarem a potência em diferentes momentos e criar estratégias alternativas, já que agora usamos tudo (DRS) nos mesmos lugares”, disse ele.
Porém, o piloto espanhol, que é o mais velho do grid aos 42 anos, gostaria que as equipes tivessem mais liberdade sob as regras, como era comum no passado. “Acho que deveria ser mais fácil. Talvez devesse ser uma corrida mais pura, com mais ligação entre o piloto, a equipe e o acerto específico para cada pista. No passado, havia mais liberdade no design dos carros, alguns tinham seis rodas (o P34 da extinta equipe Tyrrel em 1976), só para dar um exemplo. Em algumas pistas você teria vantagem, em outras você sabia que sofreria”, encerrou o bicampeão de F1.