A equipe de Fórmula 1 da Aston Martin atribui a Sebastian Vettel a responsabilidade por “pequenas mudanças” que foram fundamentais para a transformação da equipe em uma concorrente regular ao pódio no início de 2023.
Vettel se juntou à Aston Martin em 2021, após deixar a Ferrari, mas optou pela aposentadoria ao final de sua segunda temporada com a equipe, frustrado pela incapacidade da mesma em construir sobre um promissor 2020. Sob sua antiga identidade, a equipe havia conquistado uma vitória e terminado em quarto lugar no ano anterior.
Apesar de registrar consecutivos sétimos lugares no Campeonato de Construtores, a equipe viu uma reviravolta com a chegada de Fernando Alonso, que substituiu Vettel. Alonso capitalizou a ressurgência da equipe de Silverstone, alcançando seis pódios nas primeiras oito corridas da temporada.
Embora Alonso tenha repetido esse feito apenas mais duas vezes nas 14 corridas restantes, a Aston Martin acumulou 225 pontos a mais do que em 2022, subindo para o quinto lugar na classificação.
Mike Krack, o chefe da equipe, já havia reconhecido a contribuição de Vettel no início do ano. Agora, Tom McCullough, Diretor de Performance da Aston Martin, detalha ainda mais o impacto geral de Vettel.
“Quando ele se juntou a nós, veio de duas equipes campeãs. Naquela época, ele trouxe muitos pequenos detalhes”, explicou McCullough. “Ele também é um trabalhador incansável. Costumamos dizer que o piloto é o melhor sensor no carro, e muito do desenvolvimento passa pelo túnel de vento, simuladores, simulações offline, CFD.”
“Um piloto que está bem conectado ao carro pode dizer ‘esta é a fase desses tipos de curvas em que estamos lutando mais do que em outras’. Isso permite que você mergulhe nos dados.”
McCullough admite que há um elemento de arrependimento por não ter fornecido a Vettel um carro competitivo o suficiente durante suas duas temporadas com a equipe.
“Com certeza, não demos a ele um carro bom o suficiente nos dois anos que esteve aqui”, admitiu McCullough. “No final do segundo ano, estávamos progredindo. Senti por ele não ter realmente aproveitado o carro deste ano. Ao longo dos anos, isso muitas vezes acontece. Eu mesmo já estive envolvido nesse processo no passado.”
O engenheiro britânico fez uma comparação com uma situação semelhante quando estava na Williams, antes de chegar à Force India, agora Aston Martin, em 2012 com Rubens Barrichello.
“A Williams conquistou sua última vitória até o momento no GP da Espanha de 2012, mas o experiente brasileiro perdeu essa oportunidade após ser dispensado no final da temporada anterior”, lembrou McCullough.
“Na Williams, quando tínhamos Rubens Barrichello conosco, ele dedicou muito trabalho nas temporadas de 2010 e 2011, até mesmo dizendo ‘é isso que você precisa fazer, é isso que você deveria estar fazendo’ em muitas áreas do carro”, ele elucidou.
“O carro de 2012, que infelizmente ele não acabou pilotando, foi o resultado de muito do trabalho árduo que ele havia feito. Então, isso é muito o caso.”