Declarações sobre os dez anos da morte de Ayrton Senna:
Rubens Barrichello (Ferrari): “Nós estamos relembrando os dez anos da morte de alguém que era muito especial. Para mim, ele sempre esteve presente. Não tem um dia que eu não pense nele. Como brasileiro, com uma tristeza que é nossa, você vive cada dia com Ayrton Senna”.
Juan Pablo Montoya (Colômbia/Williams-BMW): “Sinceramente, eu acho melhor comemorar sua vida em vez de sua morte. Eu era um grande fã dele. E eu continuo sendo um grande fã de Senna. Antes de Bahrein, eu estava em Dubai pela família Senna. É ajudando a Fundação, a família, que comemoramos a vida de Senna”.
Michael Schumacher (Alemanha/Ferrari, vencedor do GP de San Marino-1994, durante o qual Senna morreu): “É um pouco difícil falar sobre essa data. É duro de lembrar. Eu, na verdade, nem tenho vontade de falar sobre isso. A principal imagem que guardo de Senna é de 1980, quando o vi em uma corrida de kart. É minha maior lembrança. Eu não consegui alcançá-lo, mas foi um momento especial. Não foi apenas o fato de tê-lo visto pilotar. Não, o mais incrível era a habilidade que ele tinha, comparada aos outros no circuito”.
Ron Dennis (Grã-Bretanha, chefe da escuderia McLaren): “Senna queria parar com a F1 no fim de 1989, depois da desclassificação no circuito de Suzuka após o acidente com Alain Prost. Foi, segundo ele, uma injustiça. Eu sinceramente me senti mal por tê-lo convencido de não encerrar sua carreira. Acho, inclusive, que Ayrton não teria jamais deixado a F1 por cansaço se ele não sofresse esse acidente em 1º de maio. Somente uma decepção, uma injustiça, o teria levado a pedir sua aposentadoria. Uma vez fora da F1, Ayrton não teria jamais voltado a um circuito. Ele ficaria no Brasil, na casa dele, e teria se aproximado do governo para tentar fazer qualquer coisa pelos menos favorecidos e promover as coisas no Brasil”.
Patrick Faure (França, presidente da Renault Sport): “Ainda há muitas fotos do Ayrton no escritório da Renault. Ele ainda esta extremamente presente no imaginário da sociedade. Terá páginas especiais nos jornais da empresa. Globalmente, as pessoas se reúnem em inúmeras manifestações para lembrar sua morte (…) mas acho que, antes de mais nada, devemos lembrar o que ele fez. Foi um piloto extraordinário, o mais talentoso de sua geração. A coisa que mais lamento na vida é não ter visto um duelo Senna-Schumacher. Nós não tivemos a chance de ver uma corrida de Ayrton e Michael, eu prefiro pensar nisso em vez de pensar no acidente trágico de Ímola”.
Damon Hill (Grã-Bretanha/companheiro de equipe de Senna em 1994): “Estou convencido de que ele cometeu um erro, mas a maioria das pessoas jamais acreditará nisso. Por que não? Ele tinha cometido muito erros na carreira. Era conhecido por acelerar seu carro até o limite ou mais. Sempre preferia ter um acidente com seu adversário em vez de perder a corrida. Mas eu sei que essas idéias são sacrilégios no mundo dos deuses da corrida. Ayrton foi um grande piloto e uma pessoa de muito coração. Ele não era Deus. Ele também era vulnerável como nós. Não foi erro de ninguém a não ser dele de ter pisado fundo nesta curva enquanto poderia ter tirado o pé”.
Alain Prost (França/companheiro de equipe de Senna em duas temporadas e seu principal adversário de 1988 a 1993): “Foi como um segundo golpe na minha carreira. Depois da morte de Senna, eu nunca mais vi a F1 da mesma maneira. Foi muito forte. Sempre penso nele, sempre. Dez anos depois, eu comprovo todo dia a popularidade que ele tem. Ayrton e eu escrevemos os mais belos anos da F1, e de uma forma totalmente natural. As pessoas se dão conta e talvez mais ainda hoje. É idiota, mas eu me pergunto sempre o que ele teria feito (se não tivesse morrido). Eu acredito que ele teria voltado ao Brasil. Tranqüilamente”.