Stoddart: “Controle de tração é um jogo sujo”

A uma semana do início da temporada, Paul Stoddart começou o discurso de defesa de seus interesses e pretende bagunçar o campeonato. Ele voltou a ameaçar a retirar seu voto a favor do controle de tração porque nenhuma das promessas que lhe foram feitas, sobretudo o fornecimento de motores a US$ 10 milhões, foi cumprida.

No ano passado, a FIA havia regulamentado que todos os sistemas eletrônicos seriam banidos a partir do GP da Inglaterra. Mas após uma reunião entre os chefes de equipes e representantes das montadoras no fim de abril, juntamente a representantes da entidade, voltou atrás e decidiu que seriam proibidos apenas o controle de largada e o câmbio automático, a partir de 2004 — que é o que vai acontecer.

Em 2 de maio, a FIA condicionou o controle de tração às montadoras fornecerem seus propulsores às equipes independentes ao valor máximo de US$ 10 milhões. Apenas a Mercedes aderiu à idéia — BMW, Fiat, Ford, Renault e Toyota alegaram não terem condições de fazer a oferta neste ano.

“Um encontro sério foi feito em 29 de abril pelas montadoras para cortar os custos dos motores e teriam o meu retorno e o de (Eddie) Jordan se concordássemos com o uso do controle de tração”, disse Stoddart ao “The Sun”. “Mas nada desde então aconteceu. A menos que venha algo e as promessas sejam honradas, eu vou retirar meu voto sobre o controle de tração, o que vai causar grandes problemas a eles”, completou o australiano. É necessária a unanimidade de votos para a manutenção da ajuda eletrônica.

O dirigente disse que Ron Dennis conversou com ele, dizendo que seria gasta uma fortuna em desenho e desenvolvimento se houvesse o banimento. “Mas as equipes grandes parecem ter perda de memória, e não é assim que se faz negócio”, afirmou Paul, que foi incisivo. “Não quero mais merda e controvérsia no esporte, mas eles não estão jogando limpo”, completou.