Cristiano da Matta reflete sobre o GP de Hockenheim

O GP da Alemanha foi uma ótima corrida para todos da Panasonic Toyota Racing, comigo e Olivier terminando entre os seis primeiros. Nós fomos realmente competitivos durante o fim de semana e nossos quinto e sexto lugares nos deram mais sete pontos no campeonato mundial, mudando nossa posição de nono para sexto no campeonato de construtores.

Foi ótimo para todos que trabalharam duro durante os últimos meses, pois nossa rotina de desenvolvimento tem sido rígida.

Primeiro nós introduzimos novas partes aero-dinâmicas para o GP da Inglaterra no mês passado e agora nós tivemos um novo motor para Hockemheim, o que foi uma melhoria ótima, pois tornou o carro muito mais fácil de dirigir.

A nova disposição da pista exige mais da forma física que a velha, na qual eu corri na Fórmula 3000 em 1996. Não temos nem uma chance de descanso pois estamos sempre virando o volante, enquanto na velha podiamos descansar ao longo das longas retas.

Mas, após dito isso, eu acho que a pista velha eram bem mais desafiadora pois achei a nova bem fácil de decorar. Ela é como qualquer outra pista moderna, eu me senti confortável após umas 10 voltas, embora eu acho que meu processo de aprendizagem tenha sido ajudado pelo TF103, que respondeu bem desde a primeira sessão de treino.

Nós tivemos muita consistência em todos os treinos na sexta e eu fiquei um pouco desapontado por ter me classificado em décimo quinto. Eu cometi alguns pequenos erros na minha volta, mas mesmo assim ainda fiquei surpreso em me ver classificado numa posição tão baixa, especialmente depois dos treinos onde ficar entre os dez melhores foi normal para nós.

Já no sábado, embora eu tenha ficado satisfeito com meu nono lugar, eu não consegui tirar tudo do carro. Eu cometi um grande erro na última curva e fiquei desapontado por ter marcado um tempo de 1m16.5s

O primeiro setor da minha volta lançada foi bom, mas quando eu sai do hairpin no início do setor dois, eu cometi um erro infeliz. Como eu tinha o volante totalmente travado no meio do hairpin, um dos meus dedos tocou no botão de aumentar marcha, o que me pôs de segunda, por isso minha velocidade diminuiu na saída da curva. Meu engenheiro me disse depois que isso me custou por volta de 0.2s.

Na última curva, meu carro derrapou um pouco e eu fiz a curva muito aberta. A parte de traz do carro “tentou” sair para a terra e a única maneira de eu evitar sair totalmente da pista foi desacelerar um pouco. Isso me custou alguns décimos de segundo, o tempo total da minha volta poderia ter sido bem mais rápida e eu acho que o meu tempo e o de Panis seriam bem próximos. Nosso carros tinham praticamente o mesmo nível de combustível, pois tínhamos decido parar com apenas uma volta de diferença na corrida.

Eu tive uma corrida divertida e sem problemas, dirigindo logo atrás do Panis durante 67 voltas. Todos os pits foram muito bem executados e nós fomos capazes de conseguir esse excelente resultado através da estratégia de três pit stops. Os três pontos que eu ganhei me levaram a ficar entre os doze primeiros pilotos e apenas quatro pontos atrás dos dez melhores.

Eu estarei descansado na minha cidade natal, Belo Horizonte, o que é uma maneira perfeita para recarregar minhas baterias antes da parte final do campeonato. Eu espero que todos da equipe encontrem tempo para descansar também, antes da última arrancada para as últimas quatro provas do ano, onde temos que marcar mais pontos para consolidar a sexta posição da equipe.