Cristiano reflete sobre o GP da Inglaterra

O Grande Prêmio da Inglaterra foi uma ótima corrida para todo mundo na Panasonic Toyota Racing. Nosso TF103 andou bem durante todo o fim de semana e, ao mesmo tempo em que tentava não ficar muito empolgado por liderar a corrida por 18 voltas, devo dizer que eu me senti muito bem!

Nós sabíamos que estaríamos bem competitivos em Silverstone, depois de um teste bastante produtivo lá, no início de Junho, mas acho que superamos nossas próprias expectativas um pouco. Corremos com um novo pacote de componentes aerodinâmicos – incluindo a carenagem do motor, asa dianteira e laterais – e isso foi um grande passo adiante em termos de desempenho.

No geral, acho que meu fim de semana começou devagar e foi melhorando constantemente. Eu não estava 100% feliz com minha volta de pré-classificação na sexta, pois senti que o carro tinha muito mais para dar. As condições da pista mudaram muito ao longo do dia e não pudemos achar o melhor equilíbrio no carro, porém eu ainda consegui marcar o décimo melhor tempo, o que foi estimulante para o resto do fim de semana.

Para o sábado mudamos o acerto do carro, e minhas voltas melhoraram imediatamente. Infelizmente, meu carro teve um problema durante a sessão do warm-up na hora do almoço, o que me fez sentar no carro reserva para a sessão de classificação. O carro já estava acertado para mim, mas a última vez que eu o pilotei foi no Goodwood Festival of Speed uma semana antes, portanto o carro não estava tão bem acertadinho quanto o meu carro titular. Dados todos estes dramasm eu fique realmente feliz com minha sexta posição no grid, que foi minha melhor posição de largada do ano depois do nono lugar no Canadá – todas no carro reserva!

No início da corrida, tanto o Juan Pablo Montoya quanto o Fernando Alonso me ultrapassaram depois que a luzes se apagaram, mas fui ajudado por uma grande estratégia e duas entradas do safety car, para acabar na liderança na volta 13.

Aproveitamos a primera vez em que o safety car esteve na pista para reabastecer mais cedo do que o programado, porém o safety car entrou na pista de novo na volta 12 depois que um malucão invadiu a pista segurando um cartaz religioso. Eu estava lá atrás depois do primeiro pit-stop, me preparando para ultrapassar o Justin Wilson, quando vi esse cara louco a 2 metros de mim. Foi uma situação muito perigosa e, por sorte, ninguém saiu machucado. Com a maioria dos pilotos usando este período de safety car para fazer o pit-stop, eu me vi liderando a corrida com o Olivier logo atrás de mim – a primeira dobradinha da história da Toyota!

Minha experiência em largadas em movimento, de quando eu corria nos Estados Unidos, certamente me ajudou na relargada, pois consegui abrir uma boa vantagem na hora em que cruzamos a linha. Aí, quando o Kimi Raikkonen estava atrás de mim, eu fiquei surpreso com o quão fácil foi manter a diferença em 0.6s. Meus tempos de volta estavam bastante consistentes, achei que pilotei muito bem na frente. Eu sabia que não ia durar muito, mas eu fui o carro da frente durante uma 18 voltas – quase um terço da corrida, e eu aproveitei a oportunidade para aumentar o que fosse possível na minha vantagem.

Mesmo depois do meu segundo pit-stop eu ainda estava na zona de pontuação e consegui brigar com muitos pilotos rápidos. Eu tive boas batalhas com o David Coulthard e com o Jacques Villeneuve, e consegui ficar à frente do Jenson Button no fim para ficar em sétimo e ganhar mais dois pontos, o que foi ótimo para o campeonato.

Enfim, foi uma ótimo corrida para mim – bem possível que tenha sido a minha melhor na Fórmula 1 até agora – e isso aumenta muito a moral de toda a equipe. Mais uma vez, demonstramos todo o nosso potencial, e tanto o Olivier quanto eu conseguimos completar toda a distância da corrida, na mesma volta do vencedor. Com o Olivier terminando em 11º, alcançamos nosso melhor resultado com os dois carros terminando a corrida, então só podemos melhorar a partir de agora.

Eu também gostaria de dizer algumas palavras de parabenização ao Rubens Barrichello, que venceu o Grande Prêmio da Inglaterra. Nós morávamos juntos em Cambridge, na Inglaterra, e ele é um bom amigo, foi bom vê-lo vencer.

É claro que temos muito trabalho a fazer antes de sonhar em liderar uma corrida por mérito próprio, mas acho que provamos para todo mundo em Silverstone que estamos fazendo grandes progressos como equipe. Penso que agora estamos à frente dos outros, no encalço das quatro equipes grandes.

Minha agenda tem sido muito cheia recentemente, portanto estou ansioso por um descanso dos testes esta semana. A próxima vez que eu vou pilotar será no Grande Prêmio da Alemanha daqui a duas semanas, onde eu certamente espero marcar mais pontos.