A inevitável comparação entre Fórmula E e Fórmula 1 ganha novo capítulo nas ruas de Mônaco

Desde o primeiro ePrix de Mônaco, realizado no primeiro ano de existência da Fórmula E, todos já sabiam que chegaria o dia em que os carros elétricos da nova competição do automobilismo mundial usariam o traçado completo de Monte Carlo, aquele que já nos acostumamos a ver na F1 desde os primórdios.

E esse dia chegou: no próximo sábado (08) a Fórmula E finalmente usará o traçado completo, ao invés do traçado curto, onde ao invés de subir a Sainte Devote após a primeira curva, os carros elétricos pegavam uma rua a direita e permaneciam na parte baixa do principado, no porto, saindo na chicane após a saída do túnel.

É claro que com essa nova possibilidade, será inevitável a comparação entre os carros da Fórmula E e os da F1. É algo automático na cabeça dos fãs de velocidade, mesmo já sabendo que as duas categorias são muito distintas. É o mesmo que acontece com a Indy desde que a F1 passou a correr no Circuito das Américas nos Estados Unidos, local que também recebe etapas da categoria norte americana de fórmula.

Para o piloto brasileiro Lucas di Grassi, a comparação entre Fórmula E e F1 não deve ser feita por causa da grande diferença entre os carros, sem falar que os carros elétricos são mais escorregadios, o que amplia mais a distancia entre os dois monopostos.

“Apesar de ser inevitável a comparação com a F1 por conta do traçado, não é possível comparar as duas categorias porque se trata de dois carros com muitas diferenças, tanto em potência, em pneus, em downforce, entre outras questões”, explicou Lucas di Grassi, piloto brasileiro da Audi e campeão da Fórmula E na terceira temporada.

“O carro de Fórmula E é mais escorregadio, e também é muito mais lento que um F1, uma diferença de aproximadamente 20 segundos.”

Porém, o piloto brasileiro também explicou que neste caso, a Fórmula E pode ter uma vantagem a seu favor. Nos últimos anos, as corridas da F1 em Mônaco não tem agradado uma parte dos fãs, pois as ultrapassagens são difíceis no circuito de rua monegasco. No caso da Fórmula E, o fato de ter menos downforce do que um F1, pode tornar o eprix muito mais interessante para o público do que os GPs.

“Em contrapartida o fato de ter menos downforce possibilita um carro seguir o outro muito mais perto do que na F1, e  isso deixa a corrida mais emocionante. É muito mais fácil ultrapassar com um carro de Fórmula E do que com um carro de F1.”

“Em Mônaco é quase impossível você ultrapassar com um carro de F1. Com a Fórmula E a dinâmica de corrida será bem diferente, com mais chances de ultrapassagens”, completou Di Grassi.

Realizado de forma bi-anual, o ePrix de Mônaco será realizado neste sábado (08) e será a única etapa desta temporada que não será rodada dupla e sim, corrida única. Será o sétimo eprix do campeonato que no momento tem as duas Mercedes na ponta da tabela de classificação: Nyck de Vries lidera com 57 pontos, contra 48 de Stoffel Vandoorne.