Fórmula 1: Categoria quer equilíbrio entre motores já em 2026

A Fórmula 1 pretende adotar medidas que garantam equilíbrio entre as fornecedoras de unidades de potência a partir de 2026, quando entra em vigor o novo regulamento técnico dos motores. O objetivo é evitar que uma montadora tenha ampla vantagem sobre as demais, como ocorreu com a Mercedes em 2014.

O novo conjunto motriz será uma evolução dos atuais híbridos, com maior foco na eletrificação, uso de combustíveis sustentáveis e eliminação do sistema MGU-H. Embora ainda em desenvolvimento, os novos motores já geram preocupações entre dirigentes e engenheiros da categoria, temendo um novo cenário de disparidade.

Fred Vasseur, chefe da Ferrari, destacou a complexidade da equação: “É impossível saber com precisão o desempenho dos carros e motores do próximo ano. Não se trata apenas do motor a combustão. A dirigibilidade, a temperatura, a bateria… tudo será de extrema importância, e ninguém sabe exatamente o que os outros estão fazendo.”

Andy Cowell, chefe da Aston Martin, reforçou: “Há compromissos a fazer em todos os aspectos, potência, bateria, dissipação de calor. E estamos a muitos meses da estreia. Até lá, tudo pode mudar. Quem está na frente hoje pode cair, e quem está atrás pode avançar”, disse ele.

Essas discussões sobre mecanismos de convergência entre fabricantes já estão em andamento. Propostas foram levantadas em reuniões entre FIA, F1 e montadoras no Bahrein e devem ser retomadas na Comissão da F1 que tem uma reunião nesta quinta-feira (24).

O CEO da F1, Stefano Domenicali, sinalizou abertura para ajustes no regulamento, caso necessário: “Nada impede que trabalhemos para melhorar o pacote. Precisamos garantir que haja recuperação rápida se um fabricante ficar muito atrás. Isso pode acontecer com qualquer um”, afirmou.

Christian Horner, chefe da Red Bull Racing, também defende um cenário mais equilibrado: “Toda grande mudança de regulamento traz divergências de desempenho. Mas todos queremos disputas próximas. Especialmente para os novatos, é essencial haver meios para alcançar os rivais.”

A Red Bull, aliás, será uma das novatas, pois está desenvolvendo sua primeira unidade de potência própria, através da Red Bull Powertrains-Ford. Audi e Honda também estrearão novos projetos em 2026.

Domenicali concluiu com um alerta: “Ter uma equipe dominante por muito tempo é ruim para todos. A F1 está crescendo e virou referência global. Precisamos pensar estrategicamente para proteger o espetáculo”, finalizou o CEO da categoria.

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