O chefe da Ferrari, Frédéric Vasseur, indicou estar disposto a considerar ajustes nas regras dos motores da Fórmula 1 para 2026, às vésperas de uma reunião decisiva da Comissão da F1 que deve debater o tema nesta quinta-feira (24).
Esse encontro acontece após discussões iniciadas no último final de semana na Arábia Saudita, em torno de uma possível reconfiguração na divisão de potência entre o motor a combustão interna (ICE) e os sistemas elétricos. A regra atual para 2026, prevê uma divisão igualitária de 50% para cada, mas simulações em circuitos de alta velocidade, como Monza, indicaram um problema, pois os carros poderiam esgotar a carga elétrica disponível (350kW) nas retas mais longas.
Nesses casos, os carros dependeriam apenas do motor a combustão, com potência reduzida a cerca de 590cv, o que poderia tornar os monopostos mais lentos até mesmo do que os carros da Fórmula 2, que entregam cerca de 620cv.
Diante disso, surgiu a proposta de alterar essa divisão para 60% de potência do ICE e 40% da parte elétrica, o que será debatido na reunião desta quinta-feira. Para que a mudança seja aprovada, quatro dos cinco fabricantes inscritos para 2026 precisam concordar.
Enquanto Toto Wolff, chefe da Mercedes, se posiciona contra a alteração, Christian Horner, chefe da Red Bull Racing, que irá utilizar motores próprios fabricados pela Red Bull Powertrains-Ford, demonstrou apoio às alterações. As posições de Honda e Audi ainda não foram divulgadas, mas Vasseur se mostrou receptivo ao debate.
“A proposta surgiu no sábado, mas eu não tive tempo de pensar e conversar com o pessoal de motor”, disse o francês para a imprensa. “O que é verdade é que precisamos manter a mente aberta nessa situação, porque é a primeira vez que temos uma mudança tão grande nos regulamentos, começando pelo motor e depois pelo chassi. Isso significa que precisamos revisar tudo”, afirmou.
Vasseur concluiu dizendo que está disposto a discutir o tema. “Vamos ter a reunião da Comissão da F1 na quinta-feira, vamos debater isso, mas estou aberto a conversar, porque precisamos nos concentrar no que é melhor para o futuro da Fórmula 1”, encerrou o chefe da Ferrari.